Segunda-feira, 06.06.11

Andorinhas à solta na Invicta


Combinaram as seis andorinhas,
Na Invicta se encontrar.
Estávamos todas mortinhas
Para no Porto passear.

Desta parte quase ninguém sabe,
Mas eu cheguei mais cedinho.
Não tinha muita vontade,
Mas com a Zé comprei um casaquinho.

Na Calzedonia, a menina
Queixava-se do calor.
Eu disse que tinha peninha,
Mas a chuva ia cair sem pudor.

"Não me diga isso!", lá replicou,
"O calor veio pra ficar".
Mas mal a tarde começou,
O céu resolveu pingar.

Contudo, a chuva não nos demoveu
De um encontro na Invicta,
, Conceição, Moira e eu.
Depois a Mónica e a Filipa.

A Zé e eu fomos buscar a Conceição
Assim se formava o grupinho.
Lá saímos da estação,
E aceleramos o passinho.

Subimos a rua contentes
Com muita vontade de tagarelar.
Tanto calor, somos valentes!
Fomos à Batalha a Moira encontrar.

E agora escolher o que comer,
Que a viagem foi comprida.
Na esplanada, não queriam crer,
Estava uma figura reconhecida.

Não conheço o homem, não sei!
"Entra numa novela conhecida".
Eu bem que pra ele olhei,
Mas a rtp2 é a minha vida.

Pera lá, esse não me diz nada,
Mas o que está ao lado dele sentado
A ler o jornal na esplanada
Conheço eu de algum lado.

É da tv com toda a certeza!
Zapping também sei fazer.
Ó tu, jeitoso, ó beleza!
Não queres vir cá ter?

Vocês podem ser famosos,
Ter o público todo à espera.
Mas são muito mais manhosos
Que nós, gajas da blogosfera!

Saquei dos copos e da garrafa.
Quem alinha num Limoncello?
Vá lá, levantem a taça!
Não é xixi, apesar de ser amarelo.

Pedido o folhado de Chaves
Eis que chega a Filipa.
Conta lá tudo, o que fazes?
Deixamos a rapariga aflita.

Conversa puxou conversa
O Limoncello subia.
Faltava-nos a última peça,
A Mónica, que não aparecia.

De repente, chamada desconhecida.
Não atendo, que não sei quem é!
Era a Mónica perdida,
Liguei e perguntei: "Comé que é?"

Tocou-nos no coração,
Ouvir uma senhora dizer
Que a nossa boa disposição
Era uma alegria de se ver.

Depois de dar à treta,
Começamos o passeio.
Lá foi uma Ameixa Seca
Com gajas boas pelo meio.

Encontramos uma feirinha
Cheia de produtos artesanais.
Mesmo no meio de uma ruínha
Entre sapos, malas e tanta coisa mais.

Lá nos apressamos
Porque começou a pingar.
N'A Vida Portuguesa entramos
Para tudo coscuvilhar.

Não faltavam obras-primas
Do Bordallo à Regina
Farinha 33, muitas caixinhas
Pura arte, loja fina.

Prosseguimos em diante
Para visitar a Lello e Irmão.
Tanto livro, tanta estante!
Muita gente, grande confusão.

Quem o escadario descia
E olhava para os lados,
Um cemitério parecia
De livros repousados.

A rua tivemos de descer
Para subir ao Magestic.
Um café fomos absorver,
Rodeadas de gente chic.

Pastéis e ovos moles fresquinhos
Em cima da mesa a acompanhar.
De repente começam os sininhos
As 18 horas a anunciar.

Corre minha Moira encantada,
Pra esse momento não perder.
S. João e mais uma cambada
De caxecol, pelo FêCêPê vencer.

De volta ao café, a vontade não calava.
Hora da fotografia tirar
Um casal ao lado admirava
O grupo a espalhafatar.

Simpática, a senhora tirou
A nossa foto pra recordação.
Eis que o flash saltou
Surgiu risota até mais não.

Tivemos que nos despachar
A Mónica tinha que ir
Fomos a feira do livro atravessar
E a chuva, teimosa, a cair.

De écharpe, protegi-me bem
Para os longos cabelos proteger.
"Pareces uma muçulmana" disse alguém
E o malvado livro sem aparecer.

Um até breve à Filipa,
Se ela quiser novamente nos ver.
Porque dar-se com gente esquisita,
Não é pra todos, podem crer!

Seguimos com a Mónica pra S. Bento
O comboio já a esperava.
A porta não abre, que tormento!
É de carregar no botão, sua desorientada.

Em S. Bento permanecemos
E faltava a Bola de Berlim.
Vou perguntar ali ao homem, já vemos
Mas ele mentiu com os dentes todos, enfim!

Respondeu que já não tinha os dentes todos
Disse-lhe a Moira, com a inteligência dela
Que foi de comer todos os bolos
Mas ele replicou que preferia vitela.

A Zé também se despediu
Até um próximo encontro.
Ao ir embora sorriu
Apanhou o metro, marcou o ponto.

Subimos a rua outra vez
Em busca da bola perdida.
Ali não há, aqui talvez?
Mas não, Berlim andava fugida.

Levas um pastel, deixa lá
E um ovo mole docinho.
Mas olha aqui, anda cá!
Uma bola, neste cantinho.

Com estas e com outras
É hora de nos despachar.
Não fomos muitas, nem poucas,
Mas foi uma tarde espectacular.

Deixamos a Moira na paragem
E tratamos de embarcar.
Fizemos todas boa viagem,
Bela maneira do dia terminar!

Pela minha parte agradeço
Toda a vossa gentileza.
A verdade é que não me esqueço
Deste encontro, de certeza!

------

E a Lisboa alguém quer ir?
Não prometo assim rimar.
Mas não vos vou mentir,
Gostava de alguém lá encontrar.


Continuação de boa semana!

Fotos gentilmente cedidas pelo electrodoméstico da Moira :)
publicado por Ameixinha às 16:31 | link do post | comentar | ver comentários (46) | partilhar
Sexta-feira, 01.10.10

Domingo

Depois daquele Sábado... Domingo, foi a malta passear :)

Domingo estava combinada,
Reunião com mais pessoal.
Encontramo-nos para a almoçarada,
No meio do centro comercial.

Mas ninguém me telefonava.
E já passava da hora.
Vou ficar aqui plantada,
A que se deve a demora?

De repente liga a Cenourita
Pela Titó acompanhada.
Onde andas Ameixita?
Estamos aqui, logo à entrada.

Vamos lá ter com as outras,
E ver se conseguimos almoçar.
Ainda éramos umas poucas,
Não havia espaço para sentar.

A Rute, a SandraG e a Luna,
Mais a Cenourita e Titó.
Éramos seis em suma,
Com fome de dar dó!

Fomos todos para a Vitamina
Escolher o que comer.
Que raio de molho combina?
Que se lixe, vamos ver.

Lá nos conseguimos sentar
Depois de esperar pela mesa.
Rir, comer e falar,
Chegou a hora da sobremesa.

O José chegou depois
Com o filhote a seu lado.
Os únicos homens, os dois
O filhote ficou envergonhado.

Chega mais mulherada
Manas Marques e Carolina.
Gente que não mais acabava,
E ainda faltava uma garina.

A Isabelocas telefonou
Estávamos a tomar café.
Num instante ali chegou,
Fomos dar uma volta a pé.

Sentamo-nos na esplanada
A beber algo fresquinho.
Olhem que eu chego atrasada!
Vai ser um stressinho.

Conversa puxa conversa
Ali passamos um bom bocado.
Hora da foto, vá depressa!
Nenhum sorriso forçado.

Depois foi sempre a correr
Para chegar a tempo.
Ai que eu vou perder
O comboio, que tormento!

Tudo corria apressado
Atrás de uma Ameixinha.
O comboio ainda não tinha chegado,
Que grande sorte a minha :)

Estava esbaforida
Queria despedir-me de toda a gente.
Chegou a hora da partida,
Rumo ao Norte, eu e o pente.

Queria muito agradecer
A todos pela companhia.
Foi um enorme prazer
Partilhar convosco este dia.

Já no comboio instalada
Recebo uma chamada fenomenal.
Cenourita perguntava onde eu estava
Pediu para ir ter ao Aki, na lateral.

Depois ela percebeu
Que falava com a pessoa errada
Está tudo louco, pensei eu!
Desatamos à gargalhada.

O encontro termina assim
Mais um para recordar,
Mas ainda não é o fim
Há mais encontros a organizar :)


Bom fim de semana!
publicado por Ameixinha às 13:45 | link do post | comentar | ver comentários (27) | partilhar
Sábado, 11.09.10

Esta gente inspira-me!

Aconteceu assim, não necessariamente por esta ordem:

Fui buscar o meu bilhete
Para ir ter a Lisboa.
No Porto puxam-me o tapete
Fiquei completamente à toa.

Mas eu não vou fraquejar
Apesar do caos instalado.
Vou à Pipoka telefonar,
Porque o comboio está parado.

Nem queria acreditar
As linhas estavam cortadas!
Quem mandou descarrilar
as carruagens carregadas?

Devolver o dinheiro?
Isso não, caro senhor!
Ficou vazio o mealheiro
Ai que me está a dar uma dor!

Troquei viagem para amanhã
Terei que me levantar de madrugada.
O que tem que ser, será!
Fui para casa meia amuada.

Meio a dormir, meio acordada
No Sábado ganhei coragem!
À lancheira agarrada
Entrei e segui viagem.

Chegada a Oriente
Já meio desorientada.
Vou buscar o meu pente,
Qué da Helena, tá atrasada?

Lá parei no passeio
Esperei que me fossem buscar.
Ali sozinha no meio
Vejo um gajo a acenar.

Dentro de um carrão
Bem disposto e sorridente,
O homem acenava com a mão
Mas eu só queria o pente!

De certeza que não era pra mim,
Seria para uma gaja mais boa.
Disfarcei, olhei pró lado, enfim!
A Helena topou que eu fiquei à toa.

Afinal, era o marido
Dentro do carro estacionado.
Deixei de lado o ar sofrido
Seguimos, sem GPS ligado.

O pic-pic era em Monsanto
No meio da natureza,
Arranjamo-nos num canto
Pra curtir toda a beleza.

Aceitei ir até Monsanto
Se houvesse um W.C.
Não faço xixi em qualquer canto,
Sou chic, querem que faça o quê?

Começaram a chegar
As miúdas do Algarve.
Toca a tralha a carregar,
Vamos lá que se faz tarde!

Alguém teve a brilhante ideia
De trazer do Ikea um carrinho
Carregou-se a geleira,
Fez cá um jeitinho!

Depois o confronto esperado
Pipoka versus Ameixinha.
Eu de cabelo despenteado
E ela tão penteadinha!

Redimida de tamanha maldade,
Sacou de um presente pra mim.
Abri o saco com ansiedade
Era lindo! À guerra pusemos fim!

Mas não me devolveu o pente,
Enfiou-o outra vez na mala.
Que se lixe, vamos dar ao dente
Mais tarde, a gente já fala!

Reunidas as gajas boas
E respectivos porta-chaves,
Fez-se um convívio de pessoas
Que já tinham saudades.

Da Helena e Pipoka já falei
A Margarida e Ana também estavam
A Moira lá encontrei
Mas Laranjinha e respectivo não chegavam.

Estavam perdidos, afinal
Foram ter a outro lugar.
Não há crise, não tem mal
Vamos mas é morfar!

A Suzana também estava a chegar,
Era a única que eu não conhecia.
Sacaram das minis para desopilar
Quem não bebia, comia!

A Carlota sempre atrasada,
Conseguiu chegar a tempo.
Vinha bem carregada
Com comida para um regimento

Faltou-nos a Gasparzinha
Que não conseguiu comparecer.
Mas 'tás cá dentro menina
O próximo encontro não vais perder.

Os petiscos não paravam de sair
Era comida até dar com um pau.
Isto é que foi curtir,
O pic-nic não estava nada mau!

Eis que aparece no horizonte,
Um maravilhoso bichinho.
Não, não era um bisonte
Mas um pequeno esquilinho.

Veio ver de perto
Aquele aroma que sentia.
Tanta comida não é correcto
E o esquilo comer não podia!

Depois de provar todas as maravilhas
Hora de levantar arraial.
Já tinham começado as cantigas
Do Tony, Quim e outros que tal.

Deixamos tudo limpinho
Como manda a boa educação.
Pipoka, passa pra cá o pentinho
Que eu dou-te um em 1ª mão!

O dia passou tão depressa
Mesmo eu estando apagada.
Mas Ameixa, vá lá confessa!
Valeu a pena levantar de madrugada.

Beijinhos, despedidas e sorrisos
Boas férias e até já
Vamos arranjar mais motivos
Para em breve voltar lá.

Lá fui eu com a Tangerina
As setas azuis seguimos.
Contornamos a esquina
Chegamos a casa, conseguimos!

À espera, já ansiosos
Tom e Muffin, os gatinhos
Lindos bichos, meus manhosos
Hoje não dormem sozinhos.

Combinamos mais tarde
Em Lisboa um cafézinho.
Estava um caos na cidade
Pra estacionar foi um corridinho.

Mas que grande ventania
Na esplanada não se está bem
O pessoal já tremia
Vamos ao Solar que está além.

O empregado ditador
Não deixou desarrumar os cadeirões
O ambiente era acolhedor
Escolheram vinho, contaram tostões.

Os cálices eram grandinhos
Será que era o preço que dizia?
Agora bebam lá os copinhos
Pra terminar bem este dia.

Deu-se uma certa constipação
A uma Tangerina Aderente
Eu estava de lenços à mão
Tratei da alma gémea doente.

Chegadas a casa finalmente!
Hora de abrir a cama pra dormir.
Estou tão feliz, já tenho pente,
Até adormeci a sorrir.

O dia seguinte prometia
Novo encontro com outras meninas
Mas isso fica pra outro dia
Vou descansar os neurónios e as vistinhas.


Alguns dos petiscos que provamos encontram-se nos seguintes links:

Bom fim de semana a todos :)
publicado por Ameixinha às 12:00 | link do post | comentar | ver comentários (45) | partilhar
Sábado, 01.05.10

Por entre ria e serra!


No meio de tanta atrapalhação na minha vida, fui conhecer o Algarve, conhecer blogueiras que de outra forma não conheceria, provar a gastronomia local, conhecer locais lindíssimos. Sou privilegiada nas amizades, é isso que me dá um certo alento.

De tanto blog bom, começo a desconfiar que só fui convidada porque já sabiam que eu ia fazer o relato a versejar :) E olha pra mim muito incomodada com isso! he he

Não vamos insultar os verdadeiros poetas, eu apenas faço umas graçolas com as palavras... não obedeço a métrica nenhuma. É o que me dá na moleirinha e faço isto para me divertir e para divertir quem lê.

Os versos de hoje são especialmente dirigidos às pessoas que nos mostraram a terra onde vivem. De Olhão a Tavira, da Ria à Serra, convivemos pacificamente com a Fauna e a Flora da região e tenho a dizer que tudo é maravilhoso.

Ao Ricardo Badalo e ao Joaquim que nos deram a conhecer a Ria Formosa, ao Bruno Martins que é Director do Hotel Vila Galé Albacora e ao Chefe João Santos que tão bem nos recebeu no restaurante Salinas, ao Guia e Biólogo Samuel que nos levou por entre o Arraial Ferreira Neto e o Museu do Atum, aos Confrades José Manuel Alves, João Botelho e Felícia Sampaio, que nos trataram como confreiras, ao Sr. Coronel Rosa Pinto e à Clara que nos mostraram a flora tão própria do Barrocal, à D. Otília pelo fabuloso lanche, e ao restaurante O Costa em Cacelha Velha que tão bem nos alimentou :)



Na Sexta-feira foi assim:
Se eu descesse ao Algarve.
Então quem foi que as comeu?
Eu não fui, que não sou alarve!

Preciso é de café,
Mas a máquina não funcionava!
Ai que levas já um pontapé,
A Carlota leva tudo à pancada :)

Tomar o pequeno-almoço?!
Qué das Waffles bem quentinhas?
Para depois ir ter com o moço,
Ver a ria e apanhar conchinhas.


Ricardo e Joaquim
Conduziam as embarcações
A ria parecia não ter fim,
Ai as ondulações!

Tem calma Ameixinha,
Agarra-te ao assento.
Senão bates com a cabecinha
No motor e é um tormento.


Atracamos numa ilha
De polvos e cavalos marinhos falamos.
Uma pequena maravilha!
A RTP2 causou danos :)

A porto seguro chegadas
Seguimos para o Mercado de Olhão.
Cum canário tantas bancadas
De legumes, frutas, peixe, carne e pão.


A Pipoka e a Gasparzinha
Atiraram-se às favas
Fotografia mais fotografiazinha
Pela Helena eram tiradas.


Guardem lá o material,
Que temos que nos apressar.
Vamos esfomeadas para o Arraial,
No Salinas almoçar.

Mas primeiro a visita ao museu,
Para falar do atum e sua pesca.
Eis que o guia Samuel procedeu
À explicação de forma minestra.


Qual José Hermano Saraiva!
O homem sabia de tudo.
Do atum e da faina
Ficou tudo calado, tudo mudo.

Com confrades por companhia,
É um prazer estar a almoçar.
Também lá estava a directoria,
E o chef a explicar.

Primeiro as entradinhas,
O polvo com flor de laranjeira
Suou até às estopinhas,
Mas o crepe apanhou-o à maneira.


Porco preto e do atum a barriga
Enroladinhos, tão deliciosos
Cada uma de nós era formiga
A saborear pratos gulosos.


O vinho Barranco Longo Rosé
Estava bem fresquinho.
Acho que já não me consigo pôr de pé,
Que se lixe, mais um copinho!


De batata doce era a azevia,
E trazia café na gemada.
Tudo calado, tudo comia,
Nunca ninguém se queixava.

A bicha que é solitária,
Já estava bem alimentada.
A confreira muito solidária,
Viu a Pipoka com olhos de fada.

Era a mais nova do grupo
Claro que era, pois sim!
Pipokinha ficou com o ego ao rubro
O orgulho não tinha fim!

Ela está muito bem conservada,
Realmente não aparenta.
Eu também fui enganada!
Na realidade tenho 1 metro e 70 :)

Mais umas fotografias
Para a posteridade.
Percam lá as manias,
Vistam o capote do confrade.

Tá tudo de sapatilha calçada?
Pronto para deixar o Vila Galé Hotel?
Então vamos embora mulherada
Ter com o Senhor Coronel!


Descobrimos ervas aromáticas
Por entre a serra embrenhadas.
As plantas são fantásticas,
Até se protegem de ovelhas e cabras.

Se vejo um gafanhoto eu abro asas!
É bicho que não suporto.
Corro, grito e fujo sem deixar pegadas
Faço cenas mas não me importo.

O que era para ser surpresa,
Foi desvendado pelo Sr. Coronel.
Fomos ter a uma bela mesa
Com chás, bolo de cacau e bolo de mel.

A D. Otília é toda despachada.
Ela gosta é de pôr o pessoal a pensar
Deu-nos chá para provar à golada,
E tivemos que tentar adivinhar.

Depois disso lá fomos saciadas,
Levando na mão o caderno.
Apesar de estarmos cansadas,
Fomos ao Pêgo do Inferno.


Ameixa sobe,
sobe a calçada
Vai que não pode,
ai estou cansada.

Anda lá que já faltou mais,
Não fiques pra trás senão ficas sozinha.
Tenho que ir aos canaviais,
Só para dar uma mijinha?!

Vocês são loucas,
Sei que sou da aldeia.
Mas sou das poucas
Que não faz xixi na areia.

Chegadas ao hotel,
Aliviada a bexiga.
Vamos a mais um farnel
No Costa de frente à ria.

Mas ao fim da tardinha
Chega mais uma prá cowboiada
Dona Laranjinha,
Vamos lá à jantarada.

Venham de lá as conquilhas,
Junta-te a nós ó Badalo!
As ostras são para serem comidas
A cataplana vai no embalo.


Telefono eu para casa,
Entre ostras e arroz de lingueirão.
Digo que das gajas estou enjoada
Responde-me a mãe: Fosga-se, então!

Era muita gaja para um barqueiro,
Nós não nos calávamos.
Passou o jantar inteiro,
A rir e a desejar afogar-nos.

Risota para aqui, para ali,
Vamos terminar a noite num bar.
Está tudo fechado aqui,
O Badalo teve que abalar.

Cansou-se da gajada fenomenal,
Despediu-se com simpatia.
Diz que ia ver o segundo canal
Para a sua freguesia.

E nós lá fomos singelas
Dormir no nosso cantinho.
Amanhã é que são elas
Espera-nos o cafézinho :)

Aviso já que se me quiserem levar a tribunal, eu sou um caso perdido. Não se apoquentem que eu serei considerada inimputável e ficará tudo em águas de bacalhau.
Além do mais, isto não termina aqui. Esperem pelo fim e metam os processos todos juntos, ok?
Bom resto de fim de semana!
Eu volto em breve com mais uma parte do relato :)
publicado por Ameixinha às 23:50 | link do post | comentar | ver comentários (49) | partilhar
Sexta-feira, 30.04.10

Do Norte ao Sul!


Muitos de vocês já leram acerca do que me manteve a mim, e a outras blogueiras, afastadas da internet no passado fim de semana. A maioria delas, na verdade acho que foram todas, já falaram um bocadinho do que aconteceu. Todas nós fomos contactadas pela ASA - Associação Sotavento Algarvio - cuja directora executiva é a também dona do blog Figo Lampo, muito bem acompanhada da sua colega Ana Santos que fez com que tudo corresse como planeado :)

Convites feitos, convites aceites, rumamos todas a Sul. Um Sul ao qual nunca tinha ido, que não conhecia e que, por isso, não poderia perder esta oportunidade. Foram quatro dias inesquecíveis, de uma incontornável beleza, a empatia entre todas foi tal que tudo era motivo de risota. Bem podem imaginar o que por lá aconteceu, se bem que é inimaginável.

Estes relatos e as descrições que temos vindo a fazer são antes de mais, para louvar a iniciativa da Associação, para reafirmar o quanto gostamos do que vivemos, para homenagear todas as pessoas que nos receberam de braços abertos, que nos apresentaram um Algarve riquíssimo em sabores, aromas e cores; também para tornar imortal todos os momentos que lá passamos, todas as experiências que vivenciamos, toda a ligação que se estabeleceu entre nós e, por último, para vos dar a conhecer esse Algarve de contrastes que pode ser - e é - muito mais que sol e praia :) Não nos responsabilizamos por qualquer pontinha de inveja que possa despertar ao mais manhoso dos leitores. Aqui não aceitamos cartões, complicações ou reclamações!

A minha descrição daqueles dias vai ser um tanto ao quanto diferente, as minhas colegas de viagem esperam que eu me esgadanhe de tanto puxar pela moleirinha a tentar versejar. Como refiro sempre, é muito provável que não se entenda tudo aquilo que eu vou dizer. Há coisas que só são passíveis de entendimento por quem lá esteve comigo. Por isso, eu peço desculpa mas ao versejar tenho que comprimir os acontecimentos. É óbvio que é um relato mais descontraído mas nem por isso menos sério :) Dedicado espacialmente à Ana, à Carlota, à Gasparzinha, à Helena, à Laranjinha, à Margarida, à Mónica e à Pipoka. Espero que gostem miúdas :)

De minha parte, só posso dizer que estou velha, mas este lugarzinho da minha memória ficará intocável, pelo menos até aparecer o Alzheimer!


Aqui vai, apertem os cintos ;)

Quis saber quem sou,
Que fazia ali!
Quem me convidou?
Ai, já me perdi!

A Mónica e eu,
As primeiras a viajar.
6 horas é muito meu!
Já me estou a passar.

Perguntei quem tinha
Desistido em meu lugar!
Mas era a minha sina,
Ter que as aturar :)

Mal me vi sentada,
Depois da Pipoka entrar,
Começou a galhofada
E o Alfa a abanar.

Sacamos das marmitas.
A fome apertava.
Estávamos nas tintas,
A Carlota quase enjoava.

Em silêncio, lá ficamos.
Mas ainda falta tanto?
Felizmente lá paramos,
Em Faro fizemos um pranto.

Quem estava à nossa espera,
As meninas Ana e a Margarida.
Viram um grupo bera
Na serra deram-nos guarida.


Sempre em andamento.
Com o pé no acelerador,
Chegamos à Quinta do Marco num momento.
Que espaço acolhedor!


Ainda nos juntamos,
Na sala para a converseta.
De tudo um pouco falamos
Era o que dava na veneta :)

Cada uma para seu quarto,
Toca a adormecer!
Levantar às sete e um quarto,
Ver a serra amanhecer.



As nossas aposentações,
Eram gigantes podem acreditar.
Podíamos lá meter uns milhões
Cabia gente até fartar.



Mas garanto que fomos certinhas*.
Nunca lá entrou ninguém!
A não ser as lindas gatinhas,
Que nos receberam tão bem :)




Com uma cama de casal,
Mais uma de solteira.
Tv ligada no segundo canal :)
Dormi bem a noite inteira!

O fim de dia de quinta-feira foi assim, seguem-se os próximos capítulos em breve... se eu tiver paciência e se o blogger deixar!

Podem ler e ver os relatos que as minhas companheiras de viagem já fizeram, é só clicar nos links dos nomes delas e apreciar a escrita e fotografia de um Algarve visto aos olhos de cada uma.

Bom fim de semana!


*Não ponho a mão no fogo por ninguém :)
publicado por Ameixinha às 10:45 | link do post | comentar | ver comentários (36) | partilhar
Quinta-feira, 07.01.10

Dois!


"O mais belo excesso da alma é o excesso de gratidão."
La Bruyère

Obrigada a todos quantos tornaram possível este blog completar dois anos!
Eu comecei-o e vocês fizeram o favor de o alimentar.
Estou grata pelo carinho, presença e amizade!
Espero continuar a aromatizar a blogosfera de Canela Moída.


Forte abraço!

Ameixinha
publicado por Ameixinha às 22:00 | link do post | comentar | ver comentários (76) | partilhar
Quinta-feira, 27.03.08

Cinzento do dia

O espaço entre quatro paredes é aquecido pelo mecanismo ligado à corrente. Tudo permanece quieto e calado. As folhas de um livro são devoradas pela ânsia de descobrir o enredo seguinte. A cortina está afastada para que a fusca luz de fim de tarde ilumine a divisão pequena. Sentada numa cadeira que chia e que resiste à antiguidade do tempo, vê as nuvens que passam à espera que o céu azul se deixe mostrar. Não será agora, já não será hoje. Escurece lá fora, mas os pássaros continuam a anunciar a Primavera num surpreendente e insistente chilrear... Amanhã é um novo dia... Hoje caiu o cinzento aqui...
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publicado por Ameixinha às 18:08 | link do post | comentar | ver comentários (3) | partilhar
Segunda-feira, 11.02.08

Centro de Emprego

Bem, primeiro que tudo este nome deveria ser mudado para Centro de Desemprego, porque as únicas pessoas que lá vão são desempregadas e o Centro arranja tudo menos emprego para quem precisa. A semana passada foi a sessão de informação acerca da formação de oficiais da Força Aérea, hoje foi sessão de desenvolvimento de competências. Ou seja, hoje estivemos mais na conversa do que mais nada... afinal saber conversar e passar informações é uma bela competência social e pessoal. A sessão terminou 3 horas depois de ter começado. Éramos todas gajas, licenciadas e desempregadas e a técnica também não estava na melhor condição de trabalho, pelo que a conversa proporcionou-se. Nunca perdi nada em ir ao Centro de Emprego, as técnicas são simpáticas e educadas e isso já é muito bom. Certo que nunca saí de lá muito enriquecida a nível da informação que passam, mas não perco nada. E depois sempre demonstramos que estamos dispostos e interessados em ter um emprego e mais vale estar inscrita que não estar. A Força Aérea está necessitada de recrutas sejam eles licenciados ou não. O que é certo é que teria que prestar provas físicas e psicotécnicas e, se entrasse, teria que seguir para a capital e passar lá uns bons 6 anos. Sendo que os primeiros tempos seriam em regime de internato e a começar por ganhar cento e poucos euros. Apenas no final dos 6 anos é que ganharíamos 1500 euros se não estou em erro, qualquer coisa por aí.
Bem, eu não sou fã da tropa nem nada que se pareça com isso. Passei 5 anos fora de casa, não me apetece passar mais 6 fora e em regime de internato a acordar às 5 da matina. Até porque acho que não tenho corpinho nem espírito para isso. Pode muito bem ser uma salvação mas, para já, não consigo fazer isso. Tropa está fora de questão. Vai que vem por aí uma guerra e somos convocados... Ui Ui... Não, não!
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publicado por Ameixinha às 20:10 | link do post | comentar | ver comentários (2) | partilhar
Domingo, 20.01.08

Há dias fantásticos não há?

Este fim de semana foi excelente... A chuva deu lugar a um sol primaveril fantástico... Vontade de sair de casa e beijar alguém :-)
Não sou grande fã do Verão, mas gosto dos dias mais frios com belos raios de sol...
Há dias fantásticos não há?
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publicado por Ameixinha às 20:35 | link do post | comentar | ver comentários (2) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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