Quarta-feira, 17.05.17

Lentilhas e salsichas

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Tomar o ferro em ampolas tem sido uma luta, além de ser fraco, tenho sentido dores de estômago e náuseas. Comer não está a ser fácil, tenho fome, mas fico mal disposta depois das refeições. Não faço ideia se vou vencer a batalha, mas daqui a um mês já poderei dizer se valeu o sacrifício. Felizmente gosto de alimentos ricos em ferro, só faço um bocado de resistência à carne de vaca, mas tenho tido bifes no prato e alguns ainda fazem muh!  

As lentilhas são aliadas na luta contra a anemia e, têm sido companheiras à mesa. As salsichas não são algo que faço questão de comer. Provavelmente, foi a primeira e última vez que as comi. São gordurosas, salgadas e não consegui encontrar nenhumas salsichas frescas sem vestígios de glúten. Cozinhei-as por sugestão da Tessa Kiros no seu livro Apples for jam. Para mim, o prato de lentilhas pode ser acompanhado com peixe ou carne grelhada, ou então comer só as lentilhas às colheradas :) Suficiente e reconfortante para estes dias primaveris com brisas outonais. Adoro!

 

Ingredientes:

250g de lentilhas verdes (usei uma lata de lentilhas biológicas em água zumub)

6 colheres (sopa) de azeite

1 cebola roxa, finamente picada

1 cenoura, pelada e cortada aos pedacinhos

1/2 talo de aipo, cortado

1 dente de alho, descascado mas inteiro

salsichas frescas

2 colheres (sopa) de salsa picada

azeite para servir

 

 

Preparação:

Aqueça o azeite numa frigideira e salteie a cebola por alguns minutos em lume médio, até que fique dourada. Adicione a cenoura, aipo e alho e salteie por mais alguns minutos até amolecerem ligeiramente. Adicione as lentilhas, misturando-as bem no azeite e cubra com 1 litro de água quente. Tempere com sal e leve a ferver, depois baixe o lume ligeiramente. Cozinhe destapado por cerca de 40 minutos, até que as lentilhas amoleçam e reste pouco líquido na frigideira - se usar lentilhas já cozidas, diminua a quantidade de água, usando apenas o suficiente para cozer as cenouras.

Entretanto pique com um palito as salsichas e leve-as a grelhar até que fiquem douradas de todos os lados.

Quando as lentilhas estiverem cozinhadas, junte a salsa picada e as salsichas. Prove para retificar sabores, aqueça durante 1 minuto e sirva com um fio de azeite sobre as lentilhas.

 

publicado por Ameixinha às 10:19 | link do post | comentar | ver comentários (24) | partilhar
Domingo, 18.08.13

Batatas salteadas


A maior parte das receitas nos livros da Tessa são uma inspiração. A família, os amigos, as viagens, as coincidências e as estórias... todos são motivos de inspiração para ela. Assim como são para muitos de nós, os livros de receitas que adquirimos e recebemos ao longo dos anos. Eles proporcionam-nos refeições deliciosas e momentos de partilha inesquecíveis.

A minha mãe também queria partilhar um pudim que aprendeu com alguém, o pudim que ela me ensinou a fazer e que é tão simples, quanto é rápido e bom :) Ela queria e eu ajudei-a, não sem antes bufar, me irritar e descabelar. Porquê? Porque há dias em que nem tudo que é nacional é bom! Há dias em que nos sentimos enganados e em que o barato sai mesmo muito caro!

Desde que comecei a dieta sem glúten que aboli o caramelo líquido de compra e comecei a fazer caramelo em casa. É só açúcar e já está! Mas não, não esteve. Nem pela primeira, nem pela segunda, nem pela terceira vez eu obtive caramelo. Achei que era do tacho, mudei para a panela, achei que era a panela, mudei para a frigideira e... nada. O excelentíssimo 100% açúcar da marca Continente não queria transformar-se em caramelo por nada deste mundo e eu, eu já transpirava, desatinava, enervava e desnorteava, porque só tinha açúcar continente em casa e a minha rica mãezinha, queria levar o pudim como sobremesa a um almoço para o qual havia sido convidada. Achei que o meu olhar fulminante e esgazeado fosse tranformar aquelas pintinhas brancas em caramelo dourado e aromático, mas não, quanto mais eu olhava mais o Belmiro Azevedo fazia pouco de mim. O açucar cada vez mais branco como a neve, eu sentia-me uma anã e o Belmiro era a bruxa má. Oh se era!

Num momento de iluminação, eis que me lembro do açúcar amarelo que descansava na prateleira. Será? - pensei eu comigo mesma. E foi! Caramelizou-se num instante. Sobremesa salva :)

Para vocês, trago batatas que tem mesmo tudo a ver com a estória ha ha 

Mas está calor, venham os churrascos e os acompanhamentos descomplicados. Pudins há muitos ;)

 

Ingredientes:

800 gramas de batatas, descascadas e cortadas em pedaços

2 colheres (sopa) de azeite

1 cebola picada

30 g de manteiga

2 dentes de alho, esmagados 

1 colher (chá) folhas de tomilho

1 folha de louro 

2 colheres (sopa) salsa picada

 

Preparação:

Coza as batatas em água salgada por cerca de 10 minutos, até que  fiquem cozinhadas mas não demasiado. Escorra e reserve.

Aqueça metade do azeite numa frigideira anti-aderente. Adicione a cebola e salteie por cerca de 15 minutos, até que amoleça. Retire para um prato e limpe a frigideira, se necessário.

Adicione a manteiga à frigideira e o resto do azeite. Junte as batatas, alho e tomilho e salteie em lume médio. Assim que o fundo das batatas comece a ficar dourado, baixe o lume e deixe ficar até obter batatas crocantes e douradas, agitando a frigideira ocasionalmente. Não mexa de,asiado as batatas senão vão desfazer-se. Se o alho começar a queimar, coloque-o por cima das batatas. Depois de cerca de 20 minutos adicione a folha de louro e continue a saltear.

Quando as batatas estiverem crocantes e douradas, junte a cebola reservada e a salsa, cozinhe por mais um minuto e retire do lume. Tempere com sal e pimenta antes de servir.

 

Retirado do livro "Falling Cloudberries" da Tessa Kiros.

sinto-me:
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Domingo, 13.01.13

Coelho em vinho tinto com puré aromático

 

Oh como eu amo os dias inspiradores de Inverno! A única coisa que se ouve é o chilrrear dos passarinhos que saúdam os poucos raios de sol. Dou graças pelas vizinhas que se recolhem à sua insignificância e abandonam, temporariamente, as varandas gastas. A névoa no vale vai desvanecendo enquanto a manhã acorda, parece fumaça sacrificial e Deus presenteia-nos com arco-íris de emoções. Mais que um adeus às coisas que hibernam, há um acolher de um novo céu e uma brisa que toca os corações entristecidos. As maravilhosas nuvens que passam, salpicam os dias de um cinzento sombrio rasgado pelo azul ciumento que o Verão lhes emprestou. Abençoada bondade que ilumina a escuridão!

 

Puré aromático (adaptado do "apples for jam" da Tessa Kiros):

1 kg de batatas, descascadas e cortadas aos pedaços

3 colheres (sopa) de azeite

1 dente de alho grande, pelado e amassado

2 hastes de tomilho

1 haste de alecrim

60 g de manteiga

150 ml de leite

sumo de limão q.b.

 

Preparação:

Coloque uma panela de água a ferver com um pouco de sal. Adicione as batatas e cozinhe por cerca de 20 minutos. Coe e reserve.

Aqueça o azeite, adicione o alho, tomilho e alecrim e cozinhe em lume médio apenas o suficiente para aromatizar o azeite. Adicione as batatas e salteie por alguns minutos para absorver os sabores.

Aqueça a manteiga e o leite apenas até que a manteiga derreta. Faça as batatas em puré e junte a mistura de leite e manteiga mexendo apenas o suficiente. Adione mais um pouco de leite e sal se achar necessário e umas gotas de sumo de limão. Sirva.

  

Para o coelho: faça um refogado com 1 cebola, 1 dente de alho e 3 colheres de sopa de azeite. Junte os pedaços de coelho, tempere com sal aromatizado Casa do sal, 1 chávena de vinho tinto e três colheres de sopa de polpa de tomate. Deixe cozinhar em lume médio por cerca de 30 minutos e  junte uma chávena de ervilhas congeladas. Deixe cozinhar mais 10 minutos e vá adicionando um pouco de água, se achar necessário. Sirva com o puré.

 

Bom resto de Domingo.

publicado por Ameixinha às 15:31 | link do post | comentar | ver comentários (13) | partilhar
Sábado, 03.11.12

Puré de feijão com estória

 

 

A viúva, a mal-casada e a divorciada:

 

Todos os dias, à mesma hora de sempre, ela param defronte do portão de uma delas e tagarelam. Falam apressadamente como quem quer contar toda uma vida num minuto só. Atrapalham-se as falas mas elas entendem-se perfeitamente. O corte e a costura dão pano para mangas. Ficam no corte da casaca todos os dias, ao fim da tardinha, na hora em que o cansaço se desvanece para tomar conta delas logo a seguir, mal chegam a casa e têm mais uma quantidade de trabalho por sua conta. A aldeia serena acorda com o burburinho e as vizinhas mais curiosas afiam o ouvido. Palavras soltas é tudo o que se consegue apanhar porque, mais uma vez, elas atropelam-se nas estórias de vida, nas contas que fazem à vida e em tudo o que podem dizer agora e cujo barulho das máquinas, e a patroa ditatorial, não deixam dizer nas horas do trabalho miserável. São todas da mesma faixa etária, todas desgraçadas à sua maneira, todas a tentar mudar de vida naquele instante, porque ainda são demasiado novas mas sentem que o futuro chegou-lhes depressa demais. Nelas já não há o amor de outrora, perdeu-se por condicionantes da vida madastra. Enquanto uma faz de conta que é feliz, as outras foram-no e agora choram-se por tudo que perderam. Mas aquele momento tão profano de tagarelice é a altura do dia mais sagrada para todas elas.


Ingredientes:

60 ml de azeite, mais duas colheres de chá

1 dente de alho, esmagado

1 raminho de alecrim fresco, opcional

casca ralada e sumo de 1 limão

800 g de feijão branco cozido

4 bifes do lombo ou costeletas 

sal a gosto

 

Preparação:

Deite o azeite numa panela e junte o alho. Acrescente o raminho de alecrim, se usar, a casca de limão e aqueça por todo. Retire o alecrim e reserve.

Escorra o feijão e passe-o por água corrente para retirar a goma, acrescente-o à panela e aqueça, mexendo e misturando com uma colher de pau para que o feijão fique num puré grumoso. Tempere a gosto; alguns feijões ficam mais salgados que outros.

Aqueça uma colher de chá de azeite numa frigideira grande e cozinhe os bifes em lume forte durante um minuto e meio de cada lado. Retire para pratos aquecidos, polvilhando-os com sal a gosto.

Esprema o sumo de limão na frigideira quente, deixe-o ferver com o azeite e os sucos da carne e, a seguir, verta-o sobre os bifes. Sirva de imediato com o puré de feijão decorado com o raminho de alecrim.

 

Receita retirada do livro "Na cozinha com Nigella".

 

Bom fim de semana!


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Sexta-feira, 06.01.12

Couve e bacon


Tenho um livro pequenino do Nigel Slater, mas ele é recheado de boas e simples sugestões. O título, "Real fast food", diz quase tudo. Isto faz-me lembrar de um episódio fantástico, em que uma tia minha falava de um restaurante que servia comida para fora mas era comida "fast fod" - em bom português. Não sei se deu para entender mas, é certo, que foi gargalhada geral :)

Parafraseando o Nigel, podem usar qualquer tipo de couve embora ele use a couve lombarda. Eu usei couve coração. As cenouras são uma adição doce, não sendo essenciais ao prato, dão uma cor e certa vida à refeição. 


Ingredientes para uma pessoa como prato principal ou para duas como acompanhamento:

2 dentes de alho, pelados

2 cenouras médias, peladas

100 g de bacon fumado

1 colher (chá) de sementes de alcaravia (não usei)

450 g de couve lombarda

sal e pimenta preta q.b. 

Preparação:

Fatie o alho finamente e corte as cenouras em palito.

Corte o bacon em quadrados com certa de 1 cm. Fatie finamente as folhas da couve.

Cozinhe o bacon numa frigideira larga até que comece a dourar. Adicione o alho, cenouras e couve e envolva os vegetais na gordura do bacon sob lume médio. Cozinhe até que as cenouras estejam tenras mas crocantes, cerca de 5 minutos. Salpique algumas sementes de alcaravia e tempere com sal e pimenta. Sirva.

 

Bom fim de semana!

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Sábado, 17.09.11

Dourada grelhada com couve salteada


Tinha sonhado com ele outra vez! Não havia direito de invadir o seu íntimo assim, tão de repente, sem avisar, sem ter sido convidado. Porque é que insistia em atormentá-la naquele desconforto, se já sabia que ele não era dela nem seria para ela? Para ela, que sofria tão silenciosamente aquele amor não correspondido, era difícil aguentar a presença dele sem ter qualquer controlo, sem se poder fazer de difícil para que ele percebesse que ela valia mais do que ele pensava! Foi uma peixeirada, uma peixeirada eu vos digo. Ali mesmo, naquela noite chuvosa e fria, ela descontrolou-se, o sonho virou pesadelo e virou-se a ele como se ele tivesse toda a culpa de não a conseguir amar como ela queria. Ele ouviu-a e quase sentiu o seu coração quebrado, ele descrente porque não tinha pedido para estar ali e ela, completamente furiosa por querer que ele estivesse ao seu lado quando acordasse! E acordou, ainda mais furiosa por estender as mãos e não o ter ao seu alcance. Mas o que ela ainda não conseguira perceber é que a ele apenas lhe faltavam as palavras certas para meter conversa com ela, sempre que a via parecia gaguejar e, por isso, renunciava à paixão refugiando-se no seu canto, quase despercebido. A timidez mata o amor, quase tanto como a mágoa e o azedume de se sentir rejeitada sem o ser.

Ingredientes para o peixe:
4 douradas com cerca de 350 g/cada
sal
pimenta em grão
1 limão
0,5 dl de azeite
1 folha de louro
1 haste de tomilho
batatas cozidas

Preparação:
Amanhe as douradas, lave-as em água corrente e enxugue com papel de cozinha. Tempere ligeiramente com sal.
Misture numa tigela uma pitada de sal, pimenta moída na altura, sumo do limão, azeite, o louro cortado e o tomilho desfolhado. Pincele os peixes com a marinada, coloque-os numa grelha pré-aquecida e grelhe dos dois lados, sobre brasas, sem deixar cozinhar demasiado e pincelando-os várias vezes com a marinada.
Coe a restante marinada e sirva com o peixe. Sirva com batatas cozidas.

Ingredientes para a couve salteada:
450 g de couve-coração ou couve lombarda
2 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho, finamente fatiado
1/2 colher (chá) de sal

Preparação:
Remova os pedaços mais duros da couve. Enrole as folhas e corte-as finamente.
Aqueça uma frigideira ou wok sobre lume forte e adicione o azeite e o alho quando estiver bem quente. Frite, mexendo constantemente por não mais de 30 segundos. Junte o sal e a couve e cozinhe, mexendo e envolvendo a couve no azeite quente, por 3 minutos ou até que a couve esteja cozida mas crocante. Sirva num prato aquecido.

Notas:
A receita do peixe foi retirada da Revista Boa Mesa nº 22/2005, e a couve salteada do livro "Real fast food" do Nigel Slater. Tanto uma como outra fazem parte das refeições repetidas cá de casa. As douradas que usei  tinham menos que 350 g cada uma, não assei sobre brasas, usei um grelhador elétrico e resultou na perfeição. Fiz uns ligeiros cortes no lombo dos peixes para que assassem melhor.

Bom fim de semana!
publicado por Ameixinha às 10:00 | link do post | comentar | ver comentários (34) | partilhar
Domingo, 11.09.11

Courgette com limão e tomilho


Acho que o próximo livrinho que tem que entrar na minha lista é o What will i do with all those courgettes?, porque no próximo ano eu conto ter tantas courgettes como tive este ano, e uma pessoa tem que variar :)
Grave é a época já ter terminado este ano e eu ainda ter umas quantas receitas feitas, sendo que este acompanhamento não é a minha última sugestão. É a loucura, eu sei, mas parece ser uma loucura saudável e partilho-a com quem tem a mesma paixão que eu por estes legumes que, na realidade, são frutos.
Fica aqui um acompanhamento simples mas cheio de sabor a Verão, para queimar os últimos cartuchos do calor e servir no último churrasco ;)

Ingredientes:
680 g de courgette
2 colheres (sopa) + 2 colheres (chá) de azeite
sal e pimenta moída
1 colher (sopa) de sumo de limão
1 colher (chá) de tomilho fresco

Preparação:
Corte a courgette em pedaços grandes. Numa frigideira aqueça o azeite em lume médio-alto. Adicione a courgette e mexa. Tempere com sal e pimenta e cozinhe até ficar dourada, cerca de 4 minutos. Coloque numa travessa de servir e adicione o sumo de limão e as folhas de tomilho.

Notas:
Receita retirada do site da Martha Stewart.
Substituí a pimenta moída por pimenta de espelta e o tomilho fresco por tomilho sal-puro Ervas da Zoé.

Bom Domingo!

publicado por Ameixinha às 13:43 | link do post | comentar | ver comentários (31) | partilhar
Quarta-feira, 24.08.11

Cogumelos com molho de soja

Queria saber porque é que o mar lhe falava assim, sempre bruto e zangado! Não tinha lá deixado nada que não lhe pertencesse. Dizem que o mar devolve sempre aquilo que não é seu. No entanto, nem sequer tinha pescadores na família, quanto mais marinheiros de água salgada! Nunca tinha navegado, atravessou uma vez o rio, viu a outra margem e voltou a casa. Peixe não fazia parte da sua dieta, odiava tudo que viesse do mar. Por instantes, chegou a pensar que também ele tinha nascido enquanto a maré estava baixa, filho de uma lapa e um caranguejo.
O mar do norte é sempre assim, nasceu chateado com o mundo, frio como neve, áspero como lixa, sujo como a sarjeta. Nem a areia escapa ao sinal dos dias, mais parecia um pó imundo que insistia em colar-se aos pés. Aquela espuma amarelada parecia saliva no canto dos lábios quando alguém discursa nervoso. O mar fala, ele bem tenta dizer alguma coisa mas nem todos o compreendem. Saber ouvir é um dom e, enquanto se sentava defronte a apanhar aquela ventania que fustigava os cabelos gastos, ele também ia falando com o mar. Contavam um ao outro aquela amargura que os enrolava como ondas por dentro. 

Ingredientes:
225 g de cogumelos fatiados
2 dentes de alho
2 colheres (sopa) de manteiga
2 colheres (sopa) de molho de soja escuro

Preparação:
Derreta a manteiga numa frigideira em lume médio e adicione os cogumelos; cozinhe até que fiquem amolecidos (cerca de 5 minutos). Junte os dentes de alho picados e cozinhe por mais um minuto. Adicione o molho de soja e cozinhe até que o líquido tenha evaporado (cerca de 4 minutos). Sirva.

Receita retirada do blog Pip & Ebby.
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Segunda-feira, 03.01.11

Conserva de cenouras à algarvia

Quantos de vocês cresceram a ouvir a vossa mãe ou avó, dizer-vos que a cenoura faz uns olhos bonitos, a cenoura faz bem aos olhos, a cenoura isto e a cenoura aquilo, como se fossemos burros atrás das cenouras? Eu cresci - pouco, mas cresci - a ouvir isto e tenho uns olhos castanhos comuns e sofro de miopia.
Quanto à cor, nada a dizer! Para alguns será a cor azul ou verde a cor de olhos mais bonita, para outros será cor de mel ou castanho. Gostos não se discutem, mas ser míope depois de comer tanta cenoura dá que pensar! E pensando, cheguei à conclusão que, se não fossem as cenouras que comi - e como - eu estaria muito pior, poderia nem ver um palmo à frente da testa! Portanto, mais vale prevenir que remediar... cenoura faz bem e recomenda-se, principalmente se for servida desta forma que vos apresento :) Pode ser que consigamos ver 2011 com outros olhos!

Ingredientes:
300 gr de cenouras tenras
3 dentes de alho
1 ramo de salsa
1 colher (sopa) de colorau doce
1 dl de vinagre
0,5 dl de azeite
sal e pimenta q.b.

Preparação:
Lavam-se as cenouras e descascam-se. Cozem-se inteiras, temperadas com sal. Deixa-se arrefecer.
Cortam-se às rodelas, não muito finas.
Descascam-se os alhos e picam-se. À parte, numa vasilha apropriada, deitam-se as cenouras. Temperam-se com o alho, o colorau, a salsa, o vinagre, o sal e a pimenta.
Deixa-se repousar na marinada algumas horas antes de servir.

Notas:
Retirado do livro "Dieta Mediterrânica Algarvia".
Podem adicionar-se azeitonas.

Boa semana a todos.
publicado por Ameixinha às 16:50 | link do post | comentar | ver comentários (47) | partilhar
Quinta-feira, 23.12.10

Courgettes assadas com tomilho

Se agora me perguntassem qual o meu acompanhamento favorito eu diria que é mesmo este. Courgette é um dos meus "legumes" de eleição e, apesar de ser um produto de Verão, conseguem-se encontrar durante todo o ano. Melhor só mesmo quando é oferecido, que foi o que aconteceu desta vez. Prepara-se rapidamente, poucos ingredientes e fica muito saboroso. Menos é mais e simples é chique :)

Ingredientes:
3 courgettes (cerca de 700 gramas)
1 cebola
2 colheres (sopa) de azeite
1 colher (chá) de tomilho seco
1/2 colher (chá) de sal
1/8 colher (chá) de pimenta

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 230º C. Corte as courgettes em quartos e depois em pedacinhos tal como se vê na foto. Fatie finamente a cebola.
Num tabuleiro, junte as courgettes com a cebola e regue com o azeite, adicione o tomilho, o sal e a pimenta. Asse por 30 minutos, virando-as a meio do tempo e sirva.

Notas:
Usei cebola vermelha mas a receita pede cebola castanha normal. No entanto, acho que o efeito da cor a cru - e mesmo depois de assada - é fantástico.
A receita é da tia Martha.

Bom fim de semana!
publicado por Ameixinha às 14:30 | link do post | comentar | ver comentários (41) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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