Domingo, 18.08.13

Batatas salteadas


A maior parte das receitas nos livros da Tessa são uma inspiração. A família, os amigos, as viagens, as coincidências e as estórias... todos são motivos de inspiração para ela. Assim como são para muitos de nós, os livros de receitas que adquirimos e recebemos ao longo dos anos. Eles proporcionam-nos refeições deliciosas e momentos de partilha inesquecíveis.

A minha mãe também queria partilhar um pudim que aprendeu com alguém, o pudim que ela me ensinou a fazer e que é tão simples, quanto é rápido e bom :) Ela queria e eu ajudei-a, não sem antes bufar, me irritar e descabelar. Porquê? Porque há dias em que nem tudo que é nacional é bom! Há dias em que nos sentimos enganados e em que o barato sai mesmo muito caro!

Desde que comecei a dieta sem glúten que aboli o caramelo líquido de compra e comecei a fazer caramelo em casa. É só açúcar e já está! Mas não, não esteve. Nem pela primeira, nem pela segunda, nem pela terceira vez eu obtive caramelo. Achei que era do tacho, mudei para a panela, achei que era a panela, mudei para a frigideira e... nada. O excelentíssimo 100% açúcar da marca Continente não queria transformar-se em caramelo por nada deste mundo e eu, eu já transpirava, desatinava, enervava e desnorteava, porque só tinha açúcar continente em casa e a minha rica mãezinha, queria levar o pudim como sobremesa a um almoço para o qual havia sido convidada. Achei que o meu olhar fulminante e esgazeado fosse tranformar aquelas pintinhas brancas em caramelo dourado e aromático, mas não, quanto mais eu olhava mais o Belmiro Azevedo fazia pouco de mim. O açucar cada vez mais branco como a neve, eu sentia-me uma anã e o Belmiro era a bruxa má. Oh se era!

Num momento de iluminação, eis que me lembro do açúcar amarelo que descansava na prateleira. Será? - pensei eu comigo mesma. E foi! Caramelizou-se num instante. Sobremesa salva :)

Para vocês, trago batatas que tem mesmo tudo a ver com a estória ha ha 

Mas está calor, venham os churrascos e os acompanhamentos descomplicados. Pudins há muitos ;)

 

Ingredientes:

800 gramas de batatas, descascadas e cortadas em pedaços

2 colheres (sopa) de azeite

1 cebola picada

30 g de manteiga

2 dentes de alho, esmagados 

1 colher (chá) folhas de tomilho

1 folha de louro 

2 colheres (sopa) salsa picada

 

Preparação:

Coza as batatas em água salgada por cerca de 10 minutos, até que  fiquem cozinhadas mas não demasiado. Escorra e reserve.

Aqueça metade do azeite numa frigideira anti-aderente. Adicione a cebola e salteie por cerca de 15 minutos, até que amoleça. Retire para um prato e limpe a frigideira, se necessário.

Adicione a manteiga à frigideira e o resto do azeite. Junte as batatas, alho e tomilho e salteie em lume médio. Assim que o fundo das batatas comece a ficar dourado, baixe o lume e deixe ficar até obter batatas crocantes e douradas, agitando a frigideira ocasionalmente. Não mexa de,asiado as batatas senão vão desfazer-se. Se o alho começar a queimar, coloque-o por cima das batatas. Depois de cerca de 20 minutos adicione a folha de louro e continue a saltear.

Quando as batatas estiverem crocantes e douradas, junte a cebola reservada e a salsa, cozinhe por mais um minuto e retire do lume. Tempere com sal e pimenta antes de servir.

 

Retirado do livro "Falling Cloudberries" da Tessa Kiros.

sinto-me:
publicado por Ameixinha às 17:13 | link do post | comentar | ver comentários (10) | partilhar
Quarta-feira, 07.08.13

Manjar de avelã



Prepare o seu coração, para as coisas que eu vou contar, vem-me tudo do coração e pode não lhe agradar :)

Pois é, o blog está meio morto há 2 meses e não, não aconteceu nada de grave. Apenas tivemos uma onda de calor que me matou o Tico e o Teco, os únicos neurónios que ainda iam funcionando em condições; o meu gato desapareceu durante uma semana e veio meio desgraçado; entretanto tive que adaptar a minha dieta sem lactose e sem glúten, e nem todas as receitas ficam "blogáveis"; por isso, fui adiando a actualização do blog.

Mas eis que, do nada, as palavras começaram a viajar-me na cabeça, que está inane, - sim, descobri esta palavra nova e apaixonei-me por ela - despolotada por situações quotidianas que me tiram do sério, e senti necessidade de partilhar as minhas mágoas, angústias e intolerâncias. Agosto é o mês adequado para isso porque, como já disse, não sou fã de sol, nem de praia, nem de estupidezes que é o que mais se vê neste mês tão lindo. Despertou a revolucionária que há em mim e comecei a sentir como que um fogo aceso encerrado nos meus ossos e, nas próximas postagens, pretendo libertá-lo ao mundo. Já escrevi tanta coisa e ainda não "disse" nada. Isto vai ser como as séries que nos prendem a atenção no fim e ficamos ansiosos à espera do próximo capítulo, ou não.

No entanto, eu não me sinto na obrigação de actualizar o blog, até porque cada vez mais há blogs com muita qualidade e eu não sinto que o meu venha acrescentar grande coisa à blogosfera, mas cá estarei, nas minhas verborreias escritas, sempre que uma coisinha má me passar de um hemisfério cerebral para o outro. E não, as minhas estórias não têm importância nenhuma, são tão inanes quanto o cérebro que as cria, mas podem ser divertidas e é isso que as pessoas inanes querem, não é?

Já foram ver que palavra é esta ao dicionário? Inane é aquilo que este manjar não é, garanto ;) Porque para amarga basta a vida, vamos lá adoçar o bico!





Ingredientes:

 

4 folhas de gelatina

120 g de açúcar

50 g de farinha maisena

2 dl de leite de coco

5 dl de leite de soja

100 g de avelã triturada grosseiramente

1 tablete de chocolate

 

 

Preparação:

Salpique a forma com água fria e guarde-a no congelador.

Mergulhe as folhas de gelatina em água fria.

Misture ao açúcar com a farinha maisena e junte o leite de coco, envolvendo bem.

Misture o leite.

Adicione as avelãs trituradas e leve ao lume para espessar. Retire e dissolva as folhas de gelatina escorridas.

Verta a massa na forma e deixe arrefecer antes de colocá-la no frigorífico.

Retire quando estiver firme. Decore com o chocolate derretido em banho-maria, com a ajuda de um cartucho de papel ou saco plástico cortado na

ponta.

 

Notas:

Receita adaptada da revista Segredos de Cozinha nº864

Usei leite de soja e avelãs mas podem substituir por leite de vaca e amêndoa.

 

sinto-me:
música: Disparada - Zizi Possi
publicado por Ameixinha às 21:26 | link do post | comentar | ver comentários (24) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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