Sexta-feira, 06.03.09

Challah

Alguém se esqueceu de fechar a porta do céu ou do inferno, não? Está uma ventania que não se pode sair de casa! Eu nem ponho o pé lá fora com medo de ir pelos ares. Ontem achei que tinha que enfiar uns calhaus no casaco para os meus pés continuarem colados ao chão. Abrir o guarda-chuva é um sério risco, sim porque eu já voei devido à abertura indevida de um guarda-chuva. É certo que só pesava 19kg, mas levei um susto de morte e as minhas amigas de turma vieram em meu socorro senão lá ia eu. Fui uma espécie de Mary Poppins por alguns instantes :)
Com este tempinho manhoso, só dá vontade de fazer uns pães para comer quentinhos com um chá ou café! E há algum tempo atrás na minha visita a alguns blogs de língua inglesa encontrei esta receita que me despertou curiosidade. Deixei-a guardada por algum tempo, ganhei coragem e já a repeti! A blogueira deu-lhe o título de Challah (lê-se ralá) para preguiçosos, porque a massa é feita na MFP e eu gostei desse pormenor!
Challah é um pão judeu que é entrançado e servido durante o Shabbath. Comemoram o maná que caiu dos céus quando os Israelitas deambularam 40 anos pelo deserto.

É costume começarem o jantar de sexta-feira e as duas refeições seguintes durante o Shabbath, com a benção sobre duas Challah (duas na sexta e duas no sábado).

Como devem imaginar, eu não sou judaica mas pães deliciosos como este têm o dever de serem partilhados :) E nunca se sabe se é um judeu que me leva e todo o seu amor me faz converter hi hi
Aqui vai a receita livremente traduzida do blog Mastering the art of Kosher Cooking.

1 copo de água

2 gemas de ovos

1 ovo

4 colheres de sopa de manteiga

3 colheres de sopa de açúcar

1 + 1/4 colheres de chá de sal

3 + 3/4 copos de farinha branca (pode ser necessária mais umas colheres de farinha para ligar melhor a massa, aconselho a irem vendo a massa amassar e ir juntando farinha se for preciso)

1 colher de sopa de fermento liofilizado ou 20/25 gr de fermento de padeiro

1 ovo para pincelar a massa (podem aproveitar uma das claras que não foi usada, bater e pincelar a massa com ela, já experimentei e fica igual)

sementes de sésamo e sementes de papoila para decorar


Vai à MFP pela ordem indicada (se usar fermento de padeiro dilua na água morna). Programar "Massa". Depois, retirar da cuba e colocar a massa numa superfície enfarinhada. Divida-a em porções iguais. Uma das Challah entraçei em 5 e outra em 3 partes. Podem fazer apenas um pão de 900 gr com esta receita e podem entrançar como lhes apetecer. Aqui mostra um vídeo de uma Challah entrançada em 6 e aqui em 5, que foi o que eu fiz com uma das partes da massa. A de 3 partes é como fazer uma trança normal de cabelo, acho que não precisa de vídeo :)

Entrançe as partes umas nas outras como mostra nos vídeos e coloque-as num tabuleiro untado (eu usei tapete de silicone).

Bata outro ovo (ou só a clara) e pincele a challah. Salpique com as sementes a gosto. Cubra e deixe levedar por 30 minutos ou até dobrar de volume. Levei ao forno no minimo (o meu forno não tem indicação de temperatura) durante 30-35 minutos.




Segundo a tradição e segundo o que eu fui lendo acerca deste pão Judaico, não se deve misturar leite com carne. Uma vez que este pão é comido às refeições e a carne é o prato principal. Moisés disse: "Não comer o bezerro no leite da mãe". Este pão deve ser partido com as mãos, o meu pai disse que "isto é bom" mas insistia em partir com a faca! Com as mãos ele sai direitinho :)

Todas estas informações foram retiradas da internet, não tenho qualquer documento que comprove cientificamente tudo o que disse. Se tiver algum erro agradeço que me avisem!


Quero agradecer à Alcina o selo que me atribuiu. É bom saber que, quem cá vem, leva um sorriso no rosto! Isso faz-me sorrir também. Por isso, ofereço-o a todas as pessoas que sorriem quando visitam este blog :)

Obrigada a todos!
Shabbat Shalom :)
publicado por Ameixinha às 13:30 | link do post | comentar | ver comentários (65) | partilhar
Quarta-feira, 04.03.09

Batata doce recheada


O meu acompanhamento favorito para carne ou peixe, são as batatas. Super versáteis, podem ser comidas fritas, assadas, cozidas, estufadas e em puré (não me lembro de mais nada, mas tinha uma prima que as comia cruas!).

A batata doce, ao contrário do que muitos pensam, não é sequer parente da batata vulgar. É um tubérculo doce altamente nutritivo e o paladar rico e adocicado que tem, desmente a sua origem humilde de planta do Novo Mundo, apresentada aos Europeus por Colombo. Aliás, a batata faz dos americanos uns grandes conquistadores. Hoje em dia há batata em todos os cantos do mundo :)

A batata doce deve o seu sabor a uma enzima que converte os amidos em açúcar, é uma excelente fonte de betacaroteno, contém esteróis vegetais que baixam o colesterol, fibras, vitamina C, potássio entre outros.

Eu resolvi fazê-las assadas e recheadas. Gostamos muito do resultado, tanto pela aparência, como pelo sabor!
Baseei-me nesta receita e fiz algumas modificações.




Para 4 pessoas
4 batatas doces grandes e com a pele lisa
água
sal
150 g de cogumelos
50 g de bacon picado
50 g de margarina
2 colheres de sopa de queijo ralado
1 ovo
noz moscada
tomilho seco
queijo q.b.

Preparação:
Lave muito bem as batatas, coloque-as num tacho, cubra com água, tempere com sal e leve a cozer sobre lume moderado até as batatas estarem macias.
Pique os cogumelos em pedaços pequenos. Leve ao lume a margarina com o bacon picado e quando estiver quente, junte os cogumelos. Deixe saltear até a água que os cogumelos libertam se evaporar. Tempere com sal e pimenta acabada de moer, retire do lume e misture com o queijo. Parta o ovo, separe a gema da clara e junte a gema ao creme de cogumelos, mexendo bem. Ligue o forno.
Escorra as batatas, abra-lhes um rasgo a todo o comprimento na parte de cima e escave parte da polpa cuidadosamente com a ajuda de uma colher de chá. Esmague a polpa retidada e junte-a à mistura de cogumelos e queijo. Perfume com tomilho fresco e uma pitada de noz moscada.
Bata a clara em castelo e envolva-a delicadamente no recheio preparado. Coloque cada batata sobre um quadrado de folha de alumínio e encha as cavidades com o recheio preparado. Coloque mais queijo ralado por cima e leve as batatas ao forno, deixando gratinar até a superfície ficar dourada.


A batata doce tem a casca muito fina, por isso é mais fácil de descascar depois de cozinhada.
Surgiu uma refeição diferente, fácil de fazer, com ingredientes fáceis de encontrar e muito agradável. Podem variar o recheio com outros ingredientes que prefiram, desde que combinem com o adocicado da batata.
É uma entrada mas pode ser servida como prato principal, foi o que aconteceu cá em casa!

*Informações acerca da batata doce foram retiradas do livro "O novo Alimentos Bons, Alimentos Perigosos".
publicado por Ameixinha às 20:40 | link do post | comentar | ver comentários (61) | partilhar
Segunda-feira, 02.03.09

Mousse de quivi e chocolate


Como recebi um carregamento de quivis da minha vizinha virtual, decidi aproveitar os mais maduros para fazer uma sobremesa. Os quivis são presença assídua cá em casa, ainda por cima têm mais vitamina C que uma laranja :) Mais do que suficiente para serem consumidos!
Tentei fazer uma mousse de quivi que vi numa revista "Delícias da Culinária", mas correu muito mal. Dizia para bater todos os ingredientes no liquidificador, inclusive as natas e, depois, era só levar ao frigorífico. Eu não tenho liquidificador e usei a varinha, não sei se foi isso que fez a diferença. Acho que qualquer mousse precisa que as natas sejam batidas até ficar quase em chantily.
Por isso, desencantei outra receita que me pareceu que ia resultar melhor! A verdade é que resultou e ficou em mousse, mas não ficou como eu queria - há dias assim em que não me devia levantar da cama :)

Passo a explicar o que aconteceu na receita que retirei da Mulher Moderna na Cozinha nº65. Em abono da verdade, se me vissem na cozinha, diziam que eu era tudo menos uma mulher moderna... mas isso agora não interessa nada!

Ingredientes:
4 folhas de gelatina incolor
1dl de água
300 g de açúcar (usei 250)
250 g de quivis
1 clara
2 dl de natas
2 colheres de sopa de raspas de chocolate
raspas de chocolate q.b. (usei granulado)

Preparação:
1. Demolhe as folhas de gelatina, em água fria. Arranje os quivis, descasque-os e corte-os em pedaços.
2. Ferva a água com 200g de açúcar e junte os pedaços de quivi. Deixe ferver bem.
3. Depois de bem cozido, triture e dissolva em puré, as folhas de gelatina bem escorridas. Deixe arrefecer (e eu, como sou bem mandada, deixei arrefecer. Porém, contudo, mas, ao deixar arrefecer a gelatina vai solidificar e foi isso que aconteceu. Aconselho a deixarem arrefecer apenas um bocadinho mas juntar enquanto estiver líquido ao preparado das natas. Eu devia ter aquecido um bocadinho novamente, mas não me apeteceu e, isto de ser de apetites não dá com nada!).
4. Bata a clara em castelo, junte o restante açúcar e bata mais um pouco, até obter um creme espesso.
5. Bata igualmente as natas, envolva-lhes o preparado anterior, bem como o creme de quivi (o meu creme já ia em pedacinhos de gelatina de quivi!).
6. Junte as duas colheres de raspas de chocolate, misture bem e distribua por taças.
7. Leve ao frigorífico e na hora de servir, decore.



Ora, era suposto a mousse ficar verdinha, mas a minha ficou branquinha com pedacinhos verdes de gelatina de quivi! O sabor não ficou comprometido, mas vou repetir a receita com o cuidado de não deixar arrefecer nada. Porque "o amor (à cozinha) é como o vento, quem pára perde-lhe o jeito e morre a todo o momento" :)

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publicado por Ameixinha às 14:30 | link do post | comentar | ver comentários (70) | partilhar

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a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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