Frango assado com gengibre


Prepare seu coração, prás coisas que eu vou contar, sai-me tudo do coração e pode não lhe agradar ;)


Os avecs foram-se embora, o verão deles acabou. Tenho certeza que levam o coração cheio de amor e redobrado de saudades. Custa sempre mais ao partir. Deixaram as ruas vazias, as feiras menos barulhentas, os supermercados mais frios e as praias mais espaçosas. 

Dou por mim a pensar que, este ano, vi mais do que queria ver e meditei bastante nos meus pensamentos. Serviu para eu chegar a uma conclusão. Quem nasceu para ser pequenino, há-de sempre ser pequenino. De pouco ou nada adianta emigrar, ganhar uma quantia escandalosa de dinheiro, conduzir uma banheira enorme, comer lagosta e caviar mas vir por aí abaixo e, não saber conduzir a banheira (vá-se lá saber porquê mas acham que aqui, neste Portugalinho dos pequeninos, conduz-se pela esquerda), não ter dentes, nem estilo, nem classe e zero de educação.

Sim, eu vi de tudo. Ele era condutores a fazer rotundas pela esquerda, - devem achar que Portugal fica na Inglaterra! - automóveis orgulhosos ao ponto de os vidros terem as quinas estampadas, barbas mal amanhadas, penteados de meter medo ao susto e paletes de crianças desgovernadas. Primeiro de tudo, chateia-me este orgulho cego de se ser português, empregar a bandeira nos vidros dos carros, tatuá-la no peito e ter necessidade de o mostrar a tudo e todos. Caros emigrantes, se o vosso orgulho de ser português é tanto, porque é que abandonaram o barco? Quem é fiel no máximo, é fiel no minímo! Com tanto orgulho, não aguentariam viver e trabalhar cá? É certo que se calhar não dava para comer lagosta todos os dias mas comê-la sem os dentes de lado, que as vossas excelências continuam sem envergar, também não deve ser a coisa mais agradável do mundo. E sim, tenho parentes e amigos emigrantes e não, não têm grande orgulho de Portugal. Foi o país que os pariu mas não o que os apoiou. Têm saudades, muita saudade, porque Portugal é lindo e porque deixaram familiares e amigos queridos. Estes são aqueles que passam despercebidos, que nunca deixaram de ser verdadeiros portugueses, que chegam cá e é como se nunca tivessem saído. Os outros, os avecs, emigram para ganhar dinheiro que não sabem usar, tomam ares de grandeza quando chegam aqui e a única coisa que fazem, é figuras tristes. Quem em Portugal é pequenino, é-o em qualquer lugar do mundo. Melhor comer frango todos os dias, do que não ter dentes para comer lagosta ;)

 

Ingredientes (receita baseada numa teleculinária):

1 cebola

2 dentes de alho

2 tomates maduros

1 folha de louro

1 frango

sal e pimenta q.b

1 colher (chá) açafrão

1 pedacinho de gengibre raspado

1 dl de azeite

batatas aos pedaços

 

Preparação:

Limpe e corte a cebola em pedaços, fatie os dentes de alho, os tomates e a folha de louro. Coloque tudo num tabuleiro.

Limpe o frango e tempere-o com sal, pimenta, açafrão e o gengibre, esfregando-o bem por dentro e por fora. Coloque-o no tabuleiro e regue-o com o azeite. Junte as batatas ao tabuleiro.

Leve a assar no forno a 180ºC, cerca de 40 minutos, regando o frango, uma vez por outra, com o próprio molho. 

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publicado por Ameixinha às 21:57 | link do post | comentar | partilhar