Domingo, 29.06.14

Gelado de caramelos werther´s

 

Ontem apanhei um escaldão, declaro aberta a temporada de gelados no Verão :)

Caramelo é o meu sabor de eleição, alguém diz a uma colherada destas que não?!

 

Ingredientes:

3 ovos

100 g de açúcar

6 caramelos de nata werther´s sem açúcar

250 ml de leite*

500 ml de natas*

 

Preparação:

Bata os ovos com o açúcar até ficar cremoso.

Coloque o leite e os caramelos num tacho e leve a lume brando, mexendo sempre até que os caramelos derretam. Não deixe ferver. Retire do lume e junte gradualmente à mistura de ovos. Leve novamente a lume brando e cozinhe por 2 minutos, mexendo sempre. Remova do lume, adicione as natas e passe a mistura para um recipiente com tampa. Deixe arrefecer, mexendo de vez em quando. Depois de frio, leve ao congelador, mexendo de hora a hora para quebrar os cristais. Faça isso mais 2 ou 3 vezes até obter uma mistura firme. Opcionalmente, coloque a mistura fria na máquina de gelados e siga as instruções de utilização.

 

 

 *Usei leite e natas sem lactose, mas os caramelos de nata têm lactose, logo a receita não é apropriada para intolerantes.

 

Receita adaptada do livro "Apples for jam" da Tessa Kiros.

publicado por Ameixinha às 14:57 | link do post | comentar | ver comentários (6) | partilhar
Domingo, 01.09.13

Galette de pêssegos




Sou movida pela simpatia e empatia que tenho pelos outros. Quando a Maria me convidou a fazer uma galette, eu só aceitei porque foi a Maria a convidar-me. Aceitei o desafio por conveniência também. Convinha-me comer uma galette, porque sou amiga da fruta e porque a minha dieta sem glúten teve que ser interrompida, e fui obrigada a comer todo o glúten que pude no último mês. Comi até hoje. A dieta começa, portanto, amanhã :) A sorte é que também é possível fazer-se uma base sem glúten e, isso, ficará para a próxima oportunidade, talvez com uma fruta de Outono.

Convinha-me ingerir glúten e convinha-me fazer um lanche para receber a minha amiga Mónica que veio de férias ao seu país de origem. É amiga de liceu mas encontrou a sua metade no estrangeiro. Lembro-me de levantá-la do chão na viagem de finalistas e de a ter a chorar nos meus ombros. Nunca mo disse, mas acho que me ficou agradecida por aquele momento de aconchego. Sempre soube que amigos são aqueles que, embora mais fracos que nós, estendem-nos a sua mão para nos levantar do chão :) Hei-de tentar sempre levantar os meus amigos, acarinhá-los com abraços e dar-lhes o meu ombro, já que há muito pouco mais que eu posso dar. Tenho também sempre algo para adoçar o bico.

A Mónica e o Henrique vieram visitar-me, e trouxeram um presente que eu não vi com quatro olhos e que a minha mãe, cegueta mas muito sabida, viu só com um olho. Um presente aconchegadinho a ela e quando discerni a coisa, desfiz-me em felicidade, abraços e lágrimas. Meu Deus, eu chorei tanto que a grávida parecia eu!

À medida que os anos passam eu estou a ficar cada vez mais lamechas, mas amizade é isso mesmo, é viver a alegria dos outros de forma transparente, genuína e emocionada. Eu sou movida a simpatia, ela é a minha gasolina mas daquela que não polui ;)

 



 

 

Ingredientes:

2 1/2 chávena de farinha

14 colheres (sopa) de manteiga em cubos, gelada (cerca de 115 gramas)

3 colheres (sopa) de banha gelada

1/4 chávena de açúcar

copo pequeno de água gelada

 

2-3 pêssegos firmes

sumo de 1/2 limão

1/4 chávena de açúcar baunilhado

1 colher (sopa) de maisena

canela moída

1 ovo

amêndoas 

açúcar em pó

 

Preparação:

Coloque a manteiga, farinha, banha e açúcar no processador de alimentos e pulse algumas vezes até que a manteiga fique do tamanho de pequenas ervilhas. Adicione a água, uma colher de cada vez e pulse até que a massa fique com aspecto areado.

Transfira a massa para a mesa e amasse-a um pouco só até formar uma bola (pedaços de manteiga ainda devem ficar visíveis). Corte a massa ao meio e embrulhe em película aderente. Refrigere por 1 hora ou durante a noite.

 

Corte os pêssegos em fatias, coloque numa tigela e junte o sumo de limão, açúcar, canela e maisena. Misture e reserve.

Estenda a massa e forme um disco com ela. No centro, disponha a fruta juntamente com os sucos obtidos. Enrole as bordas da massa, bata o ovo e passe-o na massa, coloque algumas amêndoas por cima e leva a forno-médio até dourar.

Sirva à temperatura ambiente, polvilhado com açúcar em pó.

 


Receita baseada no blog The clever carrot.

Com esta galette participo no desafio Dia um... na cozinha!

publicado por Ameixinha às 23:43 | link do post | comentar | ver comentários (27) | partilhar
Segunda-feira, 15.04.13

Shot de ruivas

 


 

Tinha a Frida ferida, o Van Gogh mutilado e o hipocondríaco Warhol, mas nestas coisas o coração fala mais alto e é impossível resistir a um pintor amante de felinos. Tendo eu um irmão pintor, foi natural crescer com arte dentro de casa. Ele apresentou-me aos livros, à música e à pintura. Até hoje acho que ele desconhece a importância que teve na minha formação como pessoa. Tenho apenas que lhe agradecer. Felizmente, está sempre convidado para jantar, é só aparecer. Para hoje temos Klimt, pelo seu amor aos gatos e à feminilidade. Tenho certeza que também seria um bom garfo, de gelatina não sei se gosta mas não o censuro, porque eu mesma detestava gelatina até há pouco tempo. A caseira é sempre melhor e para sobremesa, depois de um jantar deveras colorido como uma tela de Klimt, terminamos com um shot ruivo para que Klimt o sorva com tanta paixão quanta pintou as suas melhores obras.


Gelatina de laranja (Chucrute com salsicha):

 

1 1/4 chávena de água fria

1 chávena de açúcar

1 pau de canela

3 tiras de casca de laranja

2 1/2 chávena de sumo de laranja

1 colher (sopa) de sumo de limão

4 1/2 colher (chá) de gelatina em pó

 

Preparação:

Coloque numa panela a água, canela, açúcar e as tiras de laranja. Leve ao lume, mexendo até que o açúcar dissolva.

Deixe ferver, desligue e deixe arrefecer. Leve ao frigorífico e deixe descansar por 2 horas. Passe o xarope obtido num coador e reserve.

Separe 3/4 do xarope para uma panela. Numa tigela misture o xarope restante com o sumo de laranja e de limão.

Salpique a gelatina sobre os 3/4 de xarope e leve a lume médio até a gelatina dissolver. Despeje a mistura de xarope e gelatina na mistura de sumo de laranja. Misture bem, coloque numa forma molhada e leve ao frigorífico até solidificar. Retire, deixe descansar e vire num prato.

 

 

Com esta gelatina participo na 11ª edição do Convidei para jantar, iniciativa da Anasbageri, este mês alojado no blog panela sem (de)pressão cujos convidados são pintores.

publicado por Ameixinha às 18:10 | link do post | comentar | ver comentários (8) | partilhar
Quinta-feira, 14.03.13

De repente, um poema e um bolo





Poderia escolher Pessoa

Até mesmo Florbela Espanca

Poesia é mais que boa

Temos sorte em ter tanta.

 

Baudelaire estava à mão

E poesias de Júlio Diniz,

Mas há algo na Separação

E na forma como se diz.

 

Não precisei procurar mais

Para um poema convidar

De Vinicius de Moraes

Trouxe um soneto a jantar.

 

Em jeito de sobremesa

Fazendo juz à doçaria

Um bolo com uma surpresa

Cerejas em cada fatia.

 

 

Soneto da separação:

 

De repente do riso fez-se o pranto

silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

 

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama

 

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente

 

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

 

 

Bolo de amêndoa e cereja (Boa mesa)

 

150 g de manteiga amolecida

3/4 chávena de leite

3 ovos

1 chávena de açúcar

1/2 chávena de amêndoas raladas

1 1/2 chávena de farinha

3 colheres (chá) de fermento em pó

1/2 chávena de cerejas cristalizadas picadas

 

Preparação:

Ponha a manteiga, o leite, os ovos, o açúcar e as amêndoas na batedeira. Adicione a farinha e fermento peneirados. Bata em velocidade reduzida durante 1 minuto. Raspe a massa que ficou agarrada aos lados da taça e aumente para a velocidade média. Bata durante mais 4 minutos. Envolva as cerejas na massa. Coloque numa forma ondulada bem untada. Leve ao forno a 160º C durante 1 hora, ou até o bolo estar cozido. Deixe na forma durante 10 minutos antes de desenformar para uma rede, para arrefecer.

 

 

Com este soneto participo no projecto Convidei para jantar, uma ideia da Anasbageri, este mês alojado no Come chocolates, pequena.

 

A fruta cristalizada

Nunca foi minha opção

As cerejas surgiram do nada

E do escárnio fez-se paixão

 

É assim a ligação

Entre soneto e bolo

Com uma fatia na mão

Só não come quem é tolo.

publicado por Ameixinha às 22:55 | link do post | comentar | ver comentários (22) | partilhar
Quarta-feira, 08.02.12

Olhó SAPO!

 

É um belo desafio culinário

O primeiro do SAPO.

O prémio é do canário

Podem  fazer frango ou pato.

 

As participações estão abertas

Até final deste mês

As regras são bem concretas

No fundo, só existem três.

 

É passar lá para ver

Como podem participar

Boas comidas podem fazer

Toca lá a cozinhar!

 

 

 

O desafio consiste em preparar e publicar num blog do SAPO uma receita culinária, sem qualquer limite à imaginação. Devem deixar o link da vossa participação na postagem relativa ao desafio no Blog dos blogs.  

Regras 
1. A receita não precisa de ser original, mas se for baseada noutra, tem de referir a autoria (no mínimo, a fonte). 
2. A criatividade, originalidade e apresentação da receita serão aspetos a ter em conta na avaliação pelo nosso júri. 
3. O desafio tem a duração de 3 semanas e está aberto a todos os blogs do SAPO. 

O júri 
- Ameixinha Seca, autora do http://canelamoida.blogs.sapo.pt 
- Claudia Vieira, autora do http://claudiaborralho.blogs.sapo.pt 
- Moira, autora do http://tertuliadesabores.blogs.sapo.pt 

O prémio 
Um exemplar do livro Papa-quilómetros, do chef Ljubomir Stanisic, gentilmente oferecido pela editora Casa das Letras. 

Algumas dicas 
Criatividade: técnicas usadas, combinação criativa de ingredientes, etc.; 
Originalidade: podem inovar sobre uma receita já existente ou apresentar algo inteiramente novo; 
Apresentação: quem não puder usar fotografias, pode usar ilustrações, vídeos e até contar uma história.

 

Não nos deixem ficar mal e vamos lá temperar as participações ;)

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publicado por Ameixinha às 18:40 | link do post | comentar | ver comentários (18) | partilhar
Quarta-feira, 07.12.11

Gelado de baunilha e pimenta rosa

 

É certo e sabido que os apostos se atraem. É suposto os invernos serem frios e cinzentos. É a altura em que o amor sabe melhor, no aconchego e no calor dos afagos. O gato tende a ficar perto da lareira, os corpos sentem-se atraídos pelo sofá e há chás fumegantes com sabor a limão e mel, para acalmar as gargantas inflamadas. Uma monotonia incapacitante toma conta do céu, ou é cinzento ou negro, e o sol esconde-se na magnitude do horizonte. É preciso pedir licença a um pé para fazer avançar o outro, anda tudo em câmara lenta para não deixar escapar os raios de energia armazenados há uns meses. Ela queria que não fosse assim, sentia-se impelida a contrariar tudo na sua vida. Se era doença ninguém sabe, mas ela corria à chuva, ia à praia em pleno temporal e sonhava com os trópicos. Por que haveria de compactuar com as coisas, só porque todos teimavam em segui-las como se não houvesse outro caminho? Ela corria pela vida que queria, como queria que ela fosse e jurava que por muito que a achassem louca, ela ia continuar a traçar um rumo oposto ao dos outros. Tinha plena consciência que os gelados eram doces mas, por muito que pudessem duvidar da sua sanidade, ela ia continuar a apimentar a sua vida e a sonhar com o calor do verão em pleno inverno.

 

Ingredientes:

1 fava de baunilha

175 g de leite

75 g de natas

10 g de pimenta rosa

75 g de açúcar

3 gemas de ovo

 

Preparação:

Abra a fava de baunilha longitudinalmente e, com uma faca, raspe o interior.

Coloque numa caçarola o leite, as natas, os grãos de pimenta rosa - um pouco esmagados - e as sementes de baunilha. Leve a caçarola a aquecer em lume médio.

Bata as gemas com o açúcar numa tigela até formar um creme.

Quando a mistura da caçarola começar a borbulhar, não deixe que comece a ferver, vertemos as gemas e o açúcar. Deixe a mistura em lume brando e vá mexendo até que engrosse um pouco, mas sem deixar ferver.

Retire do lume e deixe esfriar.

Se tiver máquina de gelados, siga as instruções de utilização. Caso não tenha, leve ao congelador e bata de 30 em 30 minutos para quebrar os cristais de gelo.

 

Notas:

Receita retirada do blog Uno de Dos.

Apesar de não se referir para coar a mistura, acho que não é agradável encontrar os grãos de pimenta.

Para quem, como eu, não gosta de doces muito doces, aconselho a diminuir a quantidade de açúcar.

Esta receita surge em resposta ao desafio Chocolate e Picante: um desafio de receitas com histórias dentro, lançado pela Suzana do blog Gourmets {amadores}. Infelizmente, a foto não está nada de especial e não há chocolate para saborear mas fica a tentativa. 

 

Continuação de boa semana a todos!

publicado por Ameixinha às 17:36 | link do post | comentar | ver comentários (40) | partilhar
Segunda-feira, 21.11.11

Atum à Veracruz

 

Veracruz é no México, a Maria está em Timor e a receita foi feita em Portugal. É, pois, uma receita do e para o mundo, e eu já estava a dizer mal da minha vidinha porque não encontrava nada para responder ao desafio lançado pela Moira. Senti na pele a dificuldade de não ter os ingredientes e os utensílios que estamos acostumados. Ora a receita pedia forno, ora queijo, ora batedeira. Acabei por basear-me numa receita que encontrei numa edição de luxo da Revista "un toque se sabor mexicano". Nem sempre é fácil encontrar receitas com atum enlatado. Conheço as mais básicas, aquelas que a Maria também deve conhecer e estar fartinha de comer: a massa com atum, o arroz com atum e a salada russa. Por isso, trago uma receita muito simples e bastante rápida, tão rápida que comecei a prepará-la depois das 11 da manhã e antes do meio dia já estava empratada. O melhor é que vai tudo para o mesmo tacho, menos loiça para a Maria, mais tempo para descansar. Não sei se vais fazer a receita mas espero que gostes. Resta-me desejar à Maria um bom trabalho e bom apetite :)

 

Ingredientes:

3 colheres (sopa) de azeite

1 cebola picada

2 dentes de alho picados

1/2 chávena de tomate cortado em pedaços (cerca de 2 tomates pequenos)

1/2 chávena de cenoura cozida cortada em rodelas (cerca de 1 cenoura média)

1/2 pimento cortado em quadrados pequenos

1 batata grande cozida e cortada aos quadrados

1/4 chávena de água

1 lata de atum em óleo ou água, escorrido

sal, pimenta, colorau, canela e oregãos a gosto

 

Preparação:

Aqueçer o azeite, saltear a cebola e os alhos e quando ficar transparente juntar o tomate e os pimentos, mexer um pouco.

Juntar a cenoura, a batata, a água e incorpore. Juntar o atum, temperar com sal, pimenta e colorau. Deixe cozer por 10 minutos e sirva polvilhado de oregãos ou canela moída com arroz branco a acompanhar.

 

Notas:

Não gosto de encontrar a pele do pimento, por isso congelo-o e quando o quero usar é só retirar do congelador e puxar a pele com uma faca. Sai sem dificuldade.

Cozi as cenouras e batatas antes de juntar ao estufado.

Para quem não vive em Timor, podem juntar azeitonas e usar filetes de pescada em vez do atum.

 

Boa semana!

publicado por Ameixinha às 13:30 | link do post | comentar | ver comentários (40) | partilhar
Quarta-feira, 15.06.11

Limoncello para afogar o passado


Baldei-me - não propositadamente - a todas as fases da vida da Blogagem Colectiva que se faz ao dia 15 de cada mês. Por isso, prometi à Rute e à Gina que faria um apanhado das fases que deixei escapar e terminaria com a fase proposta para hoje, que é aquela em que me encontro: a juventude :)
Temos que relacionar a fase de vida com a temática do blog. Inevitavelmente, falarei de alimentação e vou tentar ser breve nos apanhados que a memória ainda me permite fazer.

Do nascimento pouco ou nada sei, a não ser o que me vai sendo contado. Sei que o meu irmão chorou quando nasci, não por felicidade mas por tristeza de eu não ter vindo com uma pilinha entre as pernas. Coisas da vida! Fui amamentada, como todos os bebés deveriam ser. Leitinho era o meu nome do meio. Era leitinho de noite e de dia, até que a minha mãe se enervou comigo e disse ao meu pai que, se eu não deixasse de pedir leitinho, me atirava pela janela fora. Disto também não me lembro, mas ela vai fazendo questão de contar :) Na infância, depois de tanto leite emborcado, enjoei completamente e, na escola, existia o leite achocolatado que davam a todas as crianças. A minha mãe avisou a professora que eu não gostava mas, a besta quadrada, dizia que eu tinha que beber como os outros. Eu, que nunca gostei de ser obrigada a fazer nada, vomitei na sala o leite achocolatado. Foi a única maneira de mostrar que, quando eu digo que não gosto, é porque não gosto mesmo! Foi a altura mais problemática quanto à alimentação. Sempre gostei de peixe, mas as sardinhas deram-me algum trabalho. Sempre que comia uma, ficava com alguma espinha encravada no gorgomilo :) Também não era grande amiga da cenoura e das ervilhas. Lembro-me de engolir as chiclets Gorila mal as metia à boca, é que nem dava tempo de mastigar!
A adolescência foi a fase em que melhor me relacionei com os alimentos, os saudáveis e os outros. Comia de tudo, mas do que mais me lembro é da gemada, todas as noites, antes de me deitar. Grande dose de colesterol, grande potência ;) Uma gema de ovo, uma colherinha de açúcar e, de vez em quando, um gole de vinho. Mexia energicamente com a colher, até obter uma gemada clarinha e com espuma. Loucura, loucura, depois enjoei. Nunca mais voltei a comer gemada até hoje, nem leitinho, muito menos leite achocolatado.
A minha juventude trouxe mudanças significativas, na vida e na alimentação. Sempre gostei de vegetais e, já na universidade, tomei contacto com as cantinas amarelas - as cantinas que serviam refeições vegetarianas - e, puxada por uma colega de casa, lá ia eu. Apanhei-lhe o gosto, comecei a introduzir a soja na minha alimentação, muitos vegetais e, aliada à alimentação constituída pelos produtos integrais que já fazia, tenho a sensação que estou no bom caminho. Foi também nesta fase que, apanhando boleia com o meu irmão que ia do Porto para Lisboa - acho que nesta fase ele já não estava tão traumatizado por ter uma irmã, até porque os meus pais arranjaram-lhe um bebé com pilinha, 5 anos depois do meu nascimento - tomei conhecimento de um néctar chamado Limoncello. No edifício Artes em Partes da rua Miguel Bombarda, num copinho de shot, estabeleci o primeiro contacto e gostei muito. Como ainda sou uma jovem adulta e tendo interesse pela culinária, decidi fazer limoncello caseiro. Quem provou diz que aprovou, e eu deixo-vos a receita do néctar que vi no blog The Creative Pot.

Ingredientes:
8 limões
1 garrafa de vodka (750 ml)
2 1/4 chávena de açúcar branco
2 1/2 chávena de água

Pele os limões sem incluir as partes brancas. Reserve-os para outros usos (limonada, temperar carnes e peixes, etc), depois adicione as cascas a metade do vodka. Cubra e coloque no frigorífico em infusão por 2 semanas.
Passadas duas semanas, aqueça o açúcar com a água, mexendo para que dissolva. Leve a ferver e cozinhe por 5 minutos. Deixe arrefecer antes de adicionar à mistura de limão juntamente com o resto da vodka. Cubra e leve novamente ao frigorífico por mais duas semanas.
Coe o limoncello e deite fora as cascas de limão, decante para uma garrafa. Sirva gelado!

Notas:
Será necessário um recipiente de gargalo largo e com capacidade para mais de um litro de líquido. Eu fiz em duas garrafas de gargalo estreito mas garanto que dá o dobro do trabalho. 1 mês de espera vale bem a pena!

Toca a matar o bicho ;)

P.s.: Esqueci-me de dizer que a foto não é minha, é da Moira. Obrigada!
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Quarta-feira, 01.06.11

Bastonetes de mostarda


Aqui está uma receita fácil, bonita e rápida, na minha mais modesta opinião. A minha vontade de fazer nadinha, continua, muito devido ao calor. Compilei forças para o encontro de Sábado passado, do qual não vou falar agora porque quem não foi que fosse, pois ficava logo a saber o que se tinha passado :)
Esta receita fica na categoria das entradas e, mal eu saí de casa para trabalhar... nunca mais vi nenhum. Cheguei ao fim do dia e ainda me perguntei pelos bastonetes de mostarda mas, os dois manhosos que ficaram em casa, acabaram com eles em três tempos. Ou seja, é uma entrada que teve saída ;)

Ingredientes:
1 rolo de massa folhada
Mostarda Dijon q.b.
1 ovo
sal marinho ou sementes (usei sementes de gergelim pretas)

Preparação:
Estenda a massa folhada e passe a mostarda apenas numa metade, deixando as margens sem mostarda. Dobre a massa ao meio e fatie, cortando tiras da largura de um dedo, usando um cortador de pizza ou de massas. Bata o ovo com um pouco de água e pincele sobre os bastonetes, salpique sal ou sementes. Leve ao forno pré-aquecido a 200º C por cerca de 15 minutos, ou até que a massa esteja dourada.


A receita vi-a no French Made Easy da Dorie e, com ela, participo no desafio Alquimia de Ingredientes que aceita sugestões com mel ou massa folhada.

Notas:
Podem usar a quantidade de massa folhada que entenderem. Eu usei uma já pronta a desenrolar, mas redonda. As rectangulares são mais apropriadas para esta receita. Usei o papel vegetal em que elas estão enroladas para levar ao forno, não precisando de untar o tabuleiro.

Miúdas de Lisboa e arredores, aproxima-se muito rapidamente encontro na capital. Precisava de saber quem está interessado em comparecer para combinar melhor as coisas. Por favor, enviem-me e-mail, ok?

Continuação de boa semana!
publicado por Ameixinha às 11:00 | link do post | comentar | ver comentários (57) | partilhar
Segunda-feira, 25.04.11

Tiramisu


No livro "The Chocolate and Coffee Bible", de onde eu retirei esta receita, vem a descrição do nome Tiramisu. Diz que o nome desta sobremesa clássica é traduzido para algo como "pick me up" que em português do norte é como quem diz: "Alevanta-me filho que eu a modos que me sinto a desmaiar e estou a ver-me a bater com a testa na bancada da cozinha" :) E continua por dizer que, o nome deriva do facto de a sobremesa ser tão boa, tão boa que faz, literalmente, alguém sentir-se a desmaiar quando a prova.
Não querendo exagerar, até porque nunca desmaiei e ainda não cheguei ao ponto de bater com a testa na bancada, Tiramisu é mesmo um clássico que sabe bem em qualquer altura e que, não levando ovos, fez com que me levasse a prepará-la mais prontamente.

Ingredientes:
225 g de queijo mascarpone
25 g de açúcar em pó
150 ml de café forte, frio
300 ml de natas
45 ml/ 3 colheres (sopa) de licor de café
115 g de palitos la reine
50 g de chocolate negro
cacau em pó, q.b.

Preparação:
Unte uma forma de bolo inglês e forre-a com película aderente.
Coloque o mascarpone e o açúcar numa bacia grande e bata por 1 minuto. Adicione 2 colheres (sopa) do café frio e mexa bem.
Bata as natas com 1 colher (sopa) do licor até obter picos suaves. Adicione uma colher à mistura do mascarpone, envolva e depois vá adicionando o resto.
Deite metade da mistura na forma e alise a superfície.
Coloque o resto do café juntamente com o licor num prato sopeiro e "demolhe" aí metade dos biscoitos (apenas de um lado). Coloque-os por cima da mistura de mascarpone apenas numa camada. Coloque o resto da mistura por cima dos biscoitos e alise a superfície.
Demolhe os restantes biscoitos na mistura de café e arranje-os no topo da forma. Se sobrar algum café, espalhe-o por cima dos últimos biscoitos na forma (não aconselho porque vai ficar demasiado líquido). Cubra o topo da forma com película aderente e leve ao frigorífico por, pelo menos, 4 horas.
Cuidadosamente, vire o tiramisu para uma travessa de servir, retirando a película aderente, e salpique-o com o chocolate raspado e o cacau em pó. Sirva cortando em fatias.

Com esta sugestão participo no passatempo "Alquimia de Ingredientes" da minha amiga Ana do blog Eu Mulher. Se bem se lembram, fez agora dois anos em Abril que algumas blogueiras se encontraram pela primeira vez no Porto, para nos conhecermos e para conhecer o casal brasileiro que estava de visita :)

Fez também um ano em Abril que me deram a conhecer o Algarve pela primeira vez, e que consolidei amizades já feitas e outras que se fizeram a sul e que, por incrível que pareça, permanecem até hoje. A todas, o meu carinho e agradecimento por tão bons momentos ;)
publicado por Ameixinha às 21:40 | link do post | comentar | ver comentários (64) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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