Sexta-feira, 19.08.11

Melancia marinada numa estória


Entrou acompanhado da esposa e do filho no que era o novo hospital. Tinham-lhe dito que a próxima consulta já seria nas novas instalações. Mas ele não esperava um edifício daquela dimensão! Teve que percorrer uma estradinha em paralelo até alcançar a entrada principal. Quando entrou, sentiu que aquilo era tudo menos um hospital. Tinha até um cabeleireiro no piso térreo. Imaginem só, um cabeleireiro num hospital! Acolheu-o um ambiente tão pacífico, tão amplo e limpo que mais parecia um shopping. Sim, de repente achou que era fim de semana e tinha sido arrastado pela esposa para ver as montras. Antes fosse! - pensou e suspirou nervoso.
O pior de tudo é a espera, sentar e aguardar que a menina chame. Na salinha, sentada na fila da frente, uma freira - denunciada pelo hábito - de livro aberto mas a piscar o olho para a televisão. Na fila de trás uma jovem lia pacificamente A Sentinela. Sem dúvida - pensou - Deus está aqui! Ele queria mesmo ser salvo, bastou a aflição da operação, a incerteza do futuro, o desnorte e as lágrimas. Da pior maneira tinha percebido que os homens também choram e não é pouco! Com ternura abraçava o filho ainda pequeno, senti-lo agarrado a si era o que tinha de melhor, isso e o resto da vida pela frente. Fora marcado para sempre e as duas cicatrizes na cabeça faziam-lhe lembrar disso todos os dias. Todos os dias era mais do que suficiente para abraçar os seus e para recuperar o tempo perdido. Daqui prá frente, ele sabia que todos os segundos contavam e ele fazia conta de os registar. Queria saborear tudo, incluindo o palato que Deus o fez recuperar através das mãos do senhor doutor :)

Ingredientes:
1 melancia
3 laranjas
canela em pó q.b.
1 ramo de hortelã pimenta
1 pau de canela

Preparação:
Corte a melancia e, com colher apropriada, retire-lhe a polpa em pequenas bolas. Coloque-as numa taça.
Esprema o sumo às laranjas.
Polvilhe com canela as bolinhas de melancia e junte-lhes o sumo das laranjas, o pau de canela e o ramo de hortelã.
Leve ao frigorífico e deixe repousar durante 30 minutos. Sirva assim com o sumo.



Notas:
Podem fazer com menos melancia, diminuindo a quantidade de sumo de laranja.
A colher que usei é a colher parisiense.
Receita retirada da Tele Culinária nº 1176, Setembro de 2001.

Bom fim de semana!
publicado por Ameixinha às 18:00 | link do post | comentar | ver comentários (33) | partilhar
Terça-feira, 29.09.09

Palmiers de Alecrim-Limão

Sou eu que estou parva ou já publiquei estes palmiers? Juro que tenho quase certeza que já os publiquei mas não os encontrava no blog, fui pesquisar e estavam guardados como rascunho. Fi-los em Agosto (onde isso já vai!) e lembro-me perfeitamente de os ter publicado, lembro-me até de alguns comentários que algumas blogueiras deixaram. Juro que me lembro, ou isso ou então sonhei e eu sonho muito! Enfim, se os publiquei a postagem desapareceu misteriosamente! Deixo-os aqui novamente porque eu sei que já os tinha publicado. Ai que estou a ficar louca e é uma sensação muito estranha!

A vossa passagem de ano foi boa? A minha foi mas o primeiro dia do ano começou muito mal. Vou deixar os pormenores para a próxima postagem, porque ainda vou hoje ao veterinário e depois, acho melhor passar pelo psicanalista para ver se os meus neurónios andam a bater assim tão mal :)


Nunca me deu para fazer palmiers/palmeiras em casa! Afinal, são tão boas as que são compradas e, fazendo em casa ficam mais caras que as de compra. Tem que se comprar a massa folhada, tem que se gastar açúcar e o gás também não anda nada barato.
No entanto, quando queremos algo diferente, algo que só de ver nos alicia e nos desperta a vontade de provar... temos mesmo que fazer!
E fiz, está feito e já estão as palmeiras todas comidas, porque ficou tão bom tão bom que até o Matias meteu o nariz onde não era chamado :)

São uns palmiers bem diferentes, que fui buscar aqui e o passo-a-passo podem ver aqui.
Espero que gostem desta sugestão, tanto quanto nós gostamos. Tenham em atenção o tempo de forno. A minha primeira fornada ficou uma espécie de carvão caramelizado he he
Assam muito, muito depressa e têm o senão de serem comidos mais depressa ainda.


Ingredientes:
1 pacote de massa folhada (se for da quadrada é melhor)
1 chávena de açúcar (usei menos)
Zest de um limão grande (usei limão e laranja)
1 colher (chá) de alecrim fresco

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 200º C. Corte finamente o alecrim e reserve. Numa superfície limpa misture o açúcar com o zest de limão. Espalhe metade desta mistura na superfície de trabalho (ou num tapete de silicone, papel vegetal, tabuleiro), e desembrulhe a massa folhada nela. Espalhe o resto do açúcar por cima da massa e depois o alecrim cortadinho. Enrole a massa das laterais para o centro. Pressione e envolva em película aderente ou papel vegetal. Leve ao frigorífico durante 1 hora para que ganhe forma.
Parta-a em fatias e coloque no forno por 10-15 minutos ou até estarem douradas.

Prevejo outras experiências com outros sabores :)

Digam lá: não tinham já visto estas fotos e lido esta postagem? Como a Carolina diz: estou a ter um Dejá vu :) Ai estou estou e quem me quiser ir visitar, eu depois dou as indicações do hospital psiquiátrico, ok? he he

Nota:
Zest não é igual a raspa, para "zestar" um limão ou laranja uso este utensílio.
publicado por Ameixinha às 13:54 | link do post | comentar | ver comentários (81) | partilhar
Domingo, 09.03.08

Tomilho-limão

:-)
Hoje acordei e tive uma surpresa. O meu pai ontem trabalhou até tarde mas não se esqueceu de mim nem da minha mãe e trouxe, para cada uma de nós, um vasinho de tomilho-limão. Cheira muitissímo bem e vêm nuns vasos vermelhinhos que são o máximo. Já tenho mais uma aromática :-) Yuppi...

Não são precisos grandes ou caros presentes para fazer uma mulher feliz... uma ervinha é o suficiente. Tenho gostos simples...


P.s.: Obrigada às gentis senhoras que se lembraram de nós no Dia da Mulher.

publicado por Ameixinha às 18:29 | link do post | comentar | ver comentários (1) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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