Terça-feira, 22.04.14

Arroz de frango



Os puritanos ficarão ofendidos se eu chamar a este prato arroz de cabidela. Uma vez que cabidela refere-se ao sangue da ave usada neste prato, e eu não fazendo uso de sangue, optei por chamá-lo de arroz de frango. E é o que este prato realmente é, um arroz de frango. O sangue não tem sabor, o vinagre é que lhe dá o kick todo. E eu gosto, nós gostamos e ninguém desconfia que aqui não vai sangue nenhum, a não ser o que nos corre nas veias.

Aqui em casa, há 20 anos atrás, criavam-se e matavam-se frangos e coelhos caseiros. Sangrava-se o bicho, colhia-se o sangue, juntava-se o vinagre, fazia-se o arroz e saboreavamos como se não houvesse amanhã. Segurei em muita galinha pelas patas e asas, esfolei muito coelho, vi as tripas dos bichos revirarem-se, quentes ainda e parecendo tão vivas. Fazia-o com inocência, julgava que a vida era mesmo assim. E é! A vida é assim, ainda é assim, mas eu já não sou inocente.

 

Ingredientes:

1 frango

1 dente de alho

azeite q.b.

1 folha de louro

1 1/2 chávena de vinho tinto

vinagre balsâmico q.b.

sal q.b

1 mão cheia de arroz carolino por cada pessoa

 

Preparação:

Comece por fazer o refogado com o dente de alho picado e o azeite. Adicione o frango cortado aos pedaços, o louro, o sal e o vinho tinto. Deixe estufar. Vá adicionando água aos poucos para que o líquido não se esgote no tacho.

Junte o arroz e deixe cozer lentamente. No final da cozedura adicione o vinagre balsâmico. Prove e ajuste os temperos, se necessário. Sirva imediatamente.

publicado por Ameixinha às 15:12 | link do post | comentar | ver comentários (11) | partilhar
Domingo, 20.01.13

Arroz de polvo


Andamos numa onda de arrozes aqui em casa. Tudo porque a minha mãe quer arrozes que escorreguem e que não lhe entupam o canal errado. Sendo assim, arroz seco, só muito de longe a longe. Lembrava-me de comer arroz de polvo quando era mais nova - muito mais nova - e de termos deixado de comer esse bichinho porque alguém se tinha lembrado de ter colesterol e o polvo deixou de entrar cá em casa. Mas, eis que no finalzinho do ano passado eu tive que o reintroduzir porque já era tempo. Tendo ou não colesterol, um dia por outro, não há-de fazer mal um arrozinho de polvo.

Pior foi a busca da receita, todas tinham ingredientes que eu não me lembrava de comer quando a minha mãe fazia este arroz. Sendo assim, fiz o arroz mais simples que poderia. O bicho foi cozido por cerca de 20 minutos na panela de pressão, juntamente com 1 cebola, 2 folhas de louro e um pouquinho de pimenta sichuan. 

Num tacho estala-se 1 dente de alho picado em azeite e junta-se 1 chávena de vinho branco, juntamente com o líquido coado que resultou da cozedura do polvo, 2 colheres de sopa de polpa de tomate e um pouco de sal marinho. Junta-se ao tacho cerca de 300 gr de arroz carolino e deixa-se ferver. Entretanto corta-se o polvo aos pedacinhos e, quase no final da cozedura do arroz, adiciona-se ao tacho. Deve verificar no decorrer da cozedura, se o arroz precisa de mais líquido, caso seja necessário, vá juntando água ou vinho aos poucos. Sirva imediatamente.

 

O arroz deve ficar bem solto, de propósito para se ir molhando um pedaço de pão ou para limpar o prato com o pão quando o arroz tiver desaparecido :)

 

Bom resto de Domingo e boa semana a todos.

publicado por Ameixinha às 18:31 | link do post | comentar | ver comentários (20) | partilhar
Segunda-feira, 15.10.12

Arroz Goodinho

Como é hábito, o cão ladra e avisa que está aí alguém. Oiço alguém cantar:

"Viva o cão raivoso, tem o pêlo eriçado, seu dente é guloso e o seu faro ajustado, cão raivoso, cão raivoso, cuidado!"

Abro a porta e ele saúda-me, pergunto-lhe se está bem e ele responde:

-"Estou velho, dói-me o joelho, dói-me parte do antebraço, dói-me a parte interna de uma perna e parte amiga da barriga, que fadiga o que é que eu faço? Escolho o baço ou almoço?"

-Ó Sérgio, poderá ser jantar? - pergunto eu - Aproveitas e contas como é que tudo começou enquanto saboreias o momento. Conta lá!

- "A princípio é simples, anda-se sozinho, passa-se nas ruas bem devagarinho. Está-se bem no silêncio e no borborinho, bebe-se as certezas num copo de vinho."

- Eu não presto pra nada Sérgio, sou miúda de copinho de água! - mas ele retruca:

- "Bebe-se e come-se se alguém nos diz: bom proveito! E vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!"

- A comer e a beber assim, isto é o fim pah! - afirmei.

- "Com esta austeridade nem sequer dá pra ir desta pra melhor, os funerais estão por um preço do outro mundo, dá pra desentristecer um moribundo."

- "Mudemos de assunto", como estamos de amores? - pergunto-lhe eu.

- "Por ódio passado, que seja maldito, amor favorito não tem importância, se for é de circunstância". 

- Pois, o amor também está em crise e, por falar nisso, "arranjas-me um emprego"?

- "Portugal, é nosso pró bem e pró mal."

Tento virar o rumo da desgraça perguntando:

- Ai, adiante... o jantar está bom? 

- "É tão bom uma amizade assim, ai faz tão bem saber com quem contar."

- Realmente, a vida é feita de pequenos nadas Sérgio. Estás "com um brilhozinho nos olhos. O que é que aconteceu diz lá?"

- "É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há!"

- Sérgio, este jantar "hoje soube-me a pouco, hoje soube-me a pouco, hoje soube-me a pouco."

- Sinceramente, foi "melhor que o amor" e que "a noite passada" - diz ele.

- Isto não "há-de ser o fim de tudo" - espero eu.

 

 

 

Arroz de frango no forno

 

1 frango

100 g de bacon aos pedacinhos

100 g de chourição aos pedacinhos

1/2 pimento vermelho picado

1/2 cebola picada

1 dente de alho picado

azeite q.b

2 folhas de louro

sumo de 1 laranja

1/2 chávena de vinho branco

sal q.b.

1/2 colher (chá) de pimentão doce

1/2 colher (chá) de açafrão turco

400 g de arroz

queijo ralado q.b

 

Preparação:

Leve o frango a cozer em água temperada de sal, grãos de pimenta e louro. Reserve a água da cozedura e desfie o frango depois de cozido e arrefecido.

Numa frigideira leve o bacon e o chourição a refogar e reserve. Refogue a cebola, alho e pimento em azeite. Envolva o açafrão e pimentão e junte o arroz. Regue com 8 dl de caldo de cozer o frango, o sumo da laranja e o vinho. Deixe cozinhar por cerca de 10-12 minutos. Adicione o frango, o bacon e o chourição e envolva. Coloque dentro de uma assadeira, cubra com o queijo e alguma da carne fumada e leve ao forno quente até o queijo derreter e dourar.

 

 

Com esta receita que me ensinaram, participo no projecto "Convidei para jantar", desta vez alojado no blog Hoje para jantar temos... 

Resta-me dizer que eu não tenho ídolos, sejam eles de que área forem, mas gosto muito de música e acho que, cada vez mais, temos compositores de excelência em Portugal e em português. Sérgio Godinho é um deles.

 

Boa semana a todos que por aqui passam :)

tags: ,
publicado por Ameixinha às 22:20 | link do post | comentar | ver comentários (32) | partilhar
Segunda-feira, 28.05.12

Arroz doce do Pappou

 

 

Continuando numa fase sem glúten, porque não me imagino com intolerâncias e alergias alimentares e conheço de perto a infelicidade de não se poder comer aquilo que mais apetece. Aliás, hoje estou um bocadinho assim. Apetecia-me um quadradinho de chocolate e não tenho nada disso em casa :) Também não tenho arroz doce, senão marchava já bem depressa. Como ainda estou a voltar aos eixos depois de tanto tempo de ausência, ainda não consegui organizar muito bem a minha rotina para ter um pouco mais de tempo para os blogs e para dar forma a tudo o que quero cozinhar. Fica esta sugestão bem portuguesa mas com um toque internacional vindo do avô da Tessa Kiros.

 

Ingredientes:

250 g de arroz de grão médio ou longo (eu prefiro o carolino)

2 litros de leite

3 colheres (sopa) de açúcar

canela moída (ou água de rosas), para servir

 

Preparação:

Coloque o arroz numa panela de fundo grosso, cubra generosamente com água e leve a ferver por 20 minutos. Coe o arroz. Lave a panela e coloque o leite. Leve ao lume e, quando começar a ferver, adicione o arroz e leve novamente a ferver. Baixe o lume e deixe cozer por 20 minutos, mexendo frequentemente com uma colher de pau para que não cole ao fundo. Adicione o açúcar e deixe cozer por mais 10 minutos antes de retirar do lume. Deixe arrefecer por cerca de 15 minutos na panela e coloque em tigelas. Salpique canela moída por cima antes de servir. Pode ser comido imediatamente ou ser colocado no frigorífico por algumas horas.

 

 

Bom início de semana a todos!

publicado por Ameixinha às 00:15 | link do post | comentar | ver comentários (20) | partilhar
Quarta-feira, 18.04.12

Arroz doce de baunilha

 

Agora sim, agora o tempo corresponde à melancolia dos dias. A neblina e o frio passou a dar mais sentido às horas. Há chuva que cai lá fora e há quem chore por dentro. Ontem e hoje servi-me de comidas quentes para reconfortar e sossegar o coração apertado e aflito. Houve waffles ao pequeno-almoço e sopa cremosa ao almoço, comi quadradinhos de chocolate no comboio, torradas ao lanche, chá ao deitar. Falta-me o arroz doce. Quem sabe... amanhã, se o dia mo exigir?!

Ingredientes:

1/2 chávena de arroz de grão curto

2 1/2 chávena de leite

1 1/4 chávena de natas ou half-n-half*

2 vagens de baunilha

1/4 chávena de açúcar

 

Preparação:

Coloque o arroz numa panela, cubra com água fria e leve a ferver. Remova e coe. Coloque o arroz novamente na panela, adicione o leite e as natas. Parta as vagens a meio e raspe as sementes com a ponta de uma faca. Adicione tudo à panela. Leve a ferver sob lume médio, depois reduza para lume baixo e deixe assim por 45-50 minutos, mexendo ocasionalmente com uma colher de pau para que o arroz não cole ao fundo. Junte o açúcar e deixe mais 10 minutos. Retire e sirva.




Notas:

*Half-n-half obtém-se por misturar metade de natas com metade de leite.

Receita retirada do blog Kiss my spatula.

 

Obrigada pelas palavras encorajadoras e continuação de boa semana!

tags: ,
publicado por Ameixinha às 23:17 | link do post | comentar | ver comentários (32) | partilhar
Quinta-feira, 05.01.12

Arroz doce de cesto


Aqui em casa ninguém gosta de arroz doce, a minha mãe come um bocadinho só e torce o nariz. Nunca está ao gosto dela mas, para mim está sempre perfeito. É essencial que o arroz esteja bem cozido e cremoso, com alguma calda pelo meio.

Não sei se os poucos que acompanham este blog desde o início, fez agora 4 anos, se lembram que eu não gostava de arroz doce, tampouco de gelatina, muito menos de uvas-passas. Pois bem, rendi-me ao arroz doce e à gelatina - que tem que ser enfiada dentro de copinhos para eu não a ver tremelicar - faltará muito pouco, parece-me, para começar a comer passas. Nos tempos que correm, antes passas que pedregulhos.

Esta receita de arroz doce vem num livro cuja primeira edição tem a minha idade, o "Cozinha Tradicional Portuguesa" da Maria de Lourdes Modesto, e confecciona-se da maneira que se segue, com ligeiras alterações da minha parte.

 

Ingredientes:
1 litro de leite

1 chávena de café de arroz

4 gemas

sal

açúcar a gosto (cerca de 250g)

canela

 

Preparação:
Escolhe-se o arroz, mas não se lava.

Leva-se o arroz a abrir com 2,5 dl de água e um pouco de sal. Quando a água do arroz tiver evaporado adiciona-se o leite e deixa-se cozer. 

Entretanto, misturam-se as gemas com o açúcar e, fora do lume, juntam-se ao arroz. Leva-se novamente ao lume só para cozer as gemas. Forra-se um cesto com um guardanapo de pano e deita-se lá para dentro o arroz, depois de se ter deixado arrefecer um pouco. Enfeita-se com canela, desenhando corações, letras ou traços.

 


Notas:

Não usei um cesto, deitei o arroz numa travessa funda.

Ao leite juntei uma casquinha de limão, que depois retirei antes de deitar o arroz para a travessa.

Diminuí a quantidade de açúcar para 200g.

A chávena de chá de arroz corresponde a 180g.

publicado por Ameixinha às 13:55 | link do post | comentar | ver comentários (47) | partilhar
Sexta-feira, 04.11.11

Risoto de cogumelos

 

Ah se tão somente eu pudesse polvilhar queijo por tudo quanto é prato, como eu fazia há pouco tempo atrás! Temo chegar ao fim desta proibição e nunca mais pensar nessa maravilha da gastronomia. Maldito fungo que me invadiu o sistema, tomou conta de mim e afastou-me de um produto que tanto gosto. Sigo as regras à justa e, de facto, nunca mais toquei em queijo, para bem da minha saúde. Como é óbvio, este prato regado de parmesão foi saboreado há uns meses atrás, com fungos e com queijo e, se eu soubesse que ia estar tanto tempo sem cheirá-lo, tinha sido mais queijo e menos fungo fáxavor! Queixinhas, eu pah. Até chateia...

 

Ingredientes: 

1/2 chávena de cogumelos porcini secos

4 a 5 chávenas de caldo de legumes

Uma pitada de fios de açafrão (opcional)

4 a 6 colheres (sopa) de manteiga ou azeite

1 cebola média, picada

1 1/2 chávena de arroz arbório ou outro arroz de grão curto

sal e pimenta moída

1/2 chávena de vinho branco seco ou água

1 chávena de cogumelos shiitake ou portobello frescos (usei a variedade Paris)

Queijo parmesão (opcional)

 

Preparação:

Lave os cogumelos secos uma ou duas vezes e depois mergulhe-os em água quente até ficarem cobertos. Deixe-os assim por algumas horas.

Coloque o caldo numa panela em lume médio; adicione o açafrão, se usar.

Disponha 2 colheres de sopa de manteiga ou azeite numa panela e leve a lume médio. Quando a manteiga estiver derretida ou o azeite quente, adicione a cebola e cozinhe, mexendo ocasionalmente, até amolecer, cerca de 3 a 5 minutos.

Adicione o arroz e cozinhe, mexendo ocasionalmente, até estar coberto de manteiga e brilhante, 2 a 3 minutos. Junte sal e pimenta q.b. e o vinho branco. Mexa e deixe o líquido evaporar. Drene os cogumelos secos e corte-os, envolva-os no arroz, com metade do líquido em que estiveram mergulhados.

Comece a adicionar o caldo de legumes, 1/2 chávena de cada vez, mexendo após cada adição. Quando o caldo tiver evaporado, adicione mais. A mistura não deve ser muito seca nem muito caldosa. Mantenha o lume médio ou médio-alto e mexa frequentemente. Entretanto, coloque a restante manteiga ou azeite numa frigideira em lume médio-alto. Quando a manteiga estiver derretida ou o azeite quente, adicione os cogumelos frescos cortados e cozinhe, mexendo ocasionalmente, até estarem ligeiramente acastanhados e crocantes, cerca de 10 minutos.

Comece a provar o arroz 20 minutos depois de ter sido adicionado à panela; deve estar tenro mas com alguma crocância, Quando obter esta textura, adicione os cogumelos com a gordura em que cozinharam e cerca de 1/2 chávena de parmesão, se usar. Prove, ajuste os temperos e sirva imediatamente, colocando mais parmesão se gostar.

 

Fonte: "How to cook everything vegetarian", Mark Bittman.

publicado por Ameixinha às 10:34 | link do post | comentar | ver comentários (34) | partilhar
Quarta-feira, 09.03.11

Arroz de camarão

Arroz de camarão

A minha mãe queria um arroz de marisco e comprou uns quantos camarões. Não sendo eu capaz dessa fantástica capacidade da multiplicação ou criação de outras espécies de frutos do mar, tive que me desenrascar com o que havia. Basicamente, camarão e só camarão. Do resto, tudo há em qualquer despensa que se preze.
Se é um arroz malandrinho ou um risotto, deixo à consideração de cada um. Isto é como ir à feira e comprar uma falsificação, seja de roupa ou de uma mala. Sabemos que não é o original, não tem a etiqueta do criador/estilista, é muito mais barato e, mesmo assim, ninguém vai reparar porque são completamente idênticos e até saem melhor que a encomenda. Importante é apaziguar o desejo e o mesmo acontece com o arroz. Usei carolino e, para mim que já usei carnaroli, vai dar ao mesmo. É uma falsificação que satisfaz, muito e bem!

Ingredientes:
1 kg de camarão médio
sal q.b.
2 dl de azeite
2 cebolas
5 dentes de alho
0,5 kg de arroz
2,5 dl de vinho branco
4 tomates
coentros ou salsa q.b.

Preparação:
Descasque os camarões e ponha as cascas e as cabeças a cozer numa panela, cobertas de água com sal a gosto, durante 30 minutos. Entretanto, refogue em azeite a cebola e o alho picados.
Junte o arroz e salteie até ficar transparente. Refresque com o vinho, junte o tomate sem pele e sementes e cortado aos bocados. Tempere de sal.
Escorra bem o caldo de cozer os camarões, esmague as cabeças e as cascas para obter todos os sucos. Vá deitando aos poucos o caldo de cozer ao preparado de arroz até este abrir.
Salteie rapidamente os camarões numa frigideira com um pouco de azeite. Junte-os ao arroz, misture e polvilhe com coentros ou salsa picados a gosto.
  

arroz camarão

Notas:
Para facilitar ainda mais a receita, usei camarões já cozidos que descasquei e juntei ao arroz quase no final do cozimento. Guardei alguns inteiros para decoração e devoração :) Não usei caldo, apenas aqueci água à qual juntei uns fios de açafrão e deixei repousar. Depois, fui juntando ao arroz aos poucos.
Ao refogado de cebola e alho adicionei uma pitada de pimenta de espelta.
Receita adaptada da revista "Boa Mesa" nº19 de 2005.
publicado por Ameixinha às 21:05 | link do post | comentar | ver comentários (59) | partilhar
Quarta-feira, 28.07.10

Salada de arroz integral com atum


É sempre assim, a verdade está lá mas não queremos admitir. Só quando levamos um choque é que a ficha parece cair. Fiz cinco anos de Psicologia e só agora descobri que sofro de depressão sazonal. Verdade, verdadinha! Mas no meu caso, manifesta-se a partir dos 30ºC. Os sintomas são evidentes: cansaço, tristeza, letargia, mau-humor, dormir mal, perda de apetite, etc.
Eu estou mesmo tão desanimada, desassossegada, alucinada, destrambelhada, enjoada, irritada, atabalhoada, incapacitada e quase mijada que não me lembro bem de onde raio retirei a receita desta salada.

O calor justifica a matança de neurónios, logo surge a perda de memória mas não é só isso; fiz esta salada no início do mês - dia 5 mais precisamente porque a data fica gravada na pasta do computador onde guardo as fotos, senão nunca me recordaria! - e a idade já não perdoa.

Quando comecei a preparar mais uma postagem, abri as fotos e resolvi escolher a primeira salada que me aparecesse - ultimamente tenho feito algumas, porque é a única coisa que apetece comer - e surgiu esta. Só depois é que me apercebi que não sabia bem de onde tinha retirado a receita e comecei a rir-me sozinha (afinal acho que se calhar não é depressão, isto é mais bipolaridade!). Procurei nos livros, no caderno de receitas e lembrei-me que é apenas uma variação desta que fiz o ano passado, modificando apenas alguns ingredientes. Ficou ainda melhor porque do sabor eu lembro-me bem ;) Atum é muito mais a minha onda do que salsicha (sem segundos sentidos fáxavor, que a depressão também diminuiu o desejo e função sexual!).

Ingredientes:
Arroz cozido q.b. (usei integral)
Tomate sem pele e sementes, cortado aos cubos
1 cenoura ralada
1 pimento vermelho
1 chávena de milho cozido
1 lata de atum

Molho:
3 colheres (sopa) de azeite
1 dente de alho picado
1 colher (sopa) de vinagre balsâmico
1 colher (sopa) de mostarda Dijon
Sal e pimenta a gosto
Folhas de manjericão q.b.

Misture todos os ingredientes da salada e todos os ingredientes do molho separadamente. Depois regue a salada com o molho envolva. Coloque no frigorífico por alguns minutos antes de servir.

Passa da uma e meia da madrugada e já sei que não vai ser fácil conseguir adormecer, se fosse, eu já dormia há muito. Tem sido complicado aguentar o calor. É que nem consigo sonhar com o Gerard Butler nem com o Zé da esquina :) Nadinha de nada!

Boa semana a todos!
tags: ,
publicado por Ameixinha às 01:33 | link do post | comentar | ver comentários (52) | partilhar
Sexta-feira, 23.04.10

Arroz doce com custard

Foi ao fazer este arroz doce que dei conta que a minha máquina do pão estava pior do que eu imaginava. Ela já não estava só ciumenta, estava também incontinente, porque o leite a modos que verteu pela parte de baixo da máquina e molhou a bancada toda :)
Só tive tempo de fazer este arroz doce duas vezes, se a máquina estivesse boa já o teria feito muitas mais porque, para quem não gostava de arroz doce, estou completamente viciada! Mais um bocadinho e preciso de me inscrever numa clínica de reabilitação.
É de facto bom e é ainda melhor não ter que estar ao fogão a mexer o arroz até ele estar pronto.
A receita anda de blog em blog mas acho que a primeira vez que apareceu foi aqui. Eu dei o meu toque pessoal :)

Ingredientes:
1 litro de leite meio-gordo
200 gr de arroz carolino
100 gr de açúcar baunilhado
1 colher (sopa) de farinha custard
1 casca de limão
canela em pó q.b. para polvilhar no final

Preparação: Deitem tudo na cuba da máquina, programem a função "Doces e Geleias" e depois é só deixar terminar, colocar em tacinhas e polvilhar com canela.

Agora que já tenho a máquina outra vez... vou entupir-me de arroz. Ainda por cima é uma sobremesa baratinha que até dispensa os ovos. Garanto que a farinha custard dá-lhe um sabor fenomenal :)
Vou ali auto-flagelar-me por ter passado estes anos todos a recusar comer arroz doce. Mas confesso que a maioria dos que vejo, não me dá grande vontade de lhes meter a colher. Continuam um bocadinho pálidos. Afinfem-lhe com gemas de ovos ou com farinha custard para colorir um bocadinho esta vida :)

Bom fim de semana!
Continuo ausente, volto Domingo ;)
tags: , ,
publicado por Ameixinha às 21:30 | link do post | comentar | ver comentários (50) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

pesquisar neste blog

 

posts recentes

Posts mais comentados

arquivos

tags

links

subscrever feeds