Arroz de frango
Os puritanos ficarão ofendidos se eu chamar a este prato arroz de cabidela. Uma vez que cabidela refere-se ao sangue da ave usada neste prato, e eu não fazendo uso de sangue, optei por chamá-lo de arroz de frango. E é o que este prato realmente é, um arroz de frango. O sangue não tem sabor, o vinagre é que lhe dá o kick todo. E eu gosto, nós gostamos e ninguém desconfia que aqui não vai sangue nenhum, a não ser o que nos corre nas veias.
Aqui em casa, há 20 anos atrás, criavam-se e matavam-se frangos e coelhos caseiros. Sangrava-se o bicho, colhia-se o sangue, juntava-se o vinagre, fazia-se o arroz e saboreavamos como se não houvesse amanhã. Segurei em muita galinha pelas patas e asas, esfolei muito coelho, vi as tripas dos bichos revirarem-se, quentes ainda e parecendo tão vivas. Fazia-o com inocência, julgava que a vida era mesmo assim. E é! A vida é assim, ainda é assim, mas eu já não sou inocente.
Ingredientes:
1 frango
1 dente de alho
azeite q.b.
1 folha de louro
1 1/2 chávena de vinho tinto
vinagre balsâmico q.b.
sal q.b
1 mão cheia de arroz carolino por cada pessoa
Preparação:
Comece por fazer o refogado com o dente de alho picado e o azeite. Adicione o frango cortado aos pedaços, o louro, o sal e o vinho tinto. Deixe estufar. Vá adicionando água aos poucos para que o líquido não se esgote no tacho.
Junte o arroz e deixe cozer lentamente. No final da cozedura adicione o vinagre balsâmico. Prove e ajuste os temperos, se necessário. Sirva imediatamente.