Domingo, 29.06.08

Intercâmbio Culinário: História de Cozinha Vaca Atolada


Depois de aceitar o grande desafio de cozinhar um prato brasileiro, chegou a vez de preparar a receita que escolhi: vaca atolada.
A primeira curiosidade que tive foi saber porque é que a receita se chamava de vaca atolada? De tanto procurar encontrei uma que me satisfez a curiosidade. A história deixou-me bem disposta. Este é um prato típico da região de Minas Gerais. Na altura da chegada da Coroa Portuguesa ao Brasil, eram os tropeiros (condutores de tropas/comitivas) que carregavam as carnes (e outros bens) nas suas carroças. Quando eles iam da serra para a cidade de Minas Gerais, passavam por terrenos irregulares e íngremes. No período das chuvas os terrenos ficavam em lama e o gado que empurrava as carroças ficava encalhado e não prosseguia. Como transportavam carne de vaca e tinham que se alimentar quando encalhavam, fizeram um prato com mandioca e vaca ao qual chamaram de vaca atolada.


Bem... eu nunca tinha provado mandioca, nunca tinha comprado mandioca, não sabia a que cheirava mandioca. Mas tava com muita vontade e entusiasmo para saber ;) Fui ao supermercado e vi a mandioca lá na prateleira. Fiquei a olhar... como um burro para um palácio. Como é que eu saberia que aquela mandioca ali à venda estava boa para consumo? Depois de pensar e andar ali às voltas a fazer que escolhia bem a mandioca (eu armada em conhecedora do produto em causa eh eh) peguei em duas mandiocas e vim embora ;)


Quando cheguei a casa a minha mãe perguntou se "aquilo" é que era a mandioca. "Aquilo" não tem muito bom aspecto, não é uma visão super agradável nem nada disso. Mas disse à minha mãe que, se o meu pai não se portasse bem, ela podia usar o pau de mandioca para acertar nele eh eh ;)


Em seguida telefonei para o meu talho/açougue de confiança a perguntar se tinham costela de boi. Disseram que sim, mas que não costumam vender isso, porque é duro e ninguém quer. O homem deve ter pensado "tanta carne boa e esta quer levar os ossos com carne dura". Mas ele nunca tinha provado vaca atolada e eu também não. Restava-me descobrir o sabor.


Decidi fazer a vaca no Domingo. No sábado começei os preparativos e resolvi partir a mandioca. Aiiii, que tortura! Mandioca é muito duro. Fiquei com a minha mão toda vermelha de tanto esforço para parti-la. A Nana, depois disse que já compra ela partida e lavada (sorte hein?) é só cozinhar. Ela também me avisou que a mandioca tem uma espécie de fio no meio e que convém cozer antes e retirar esse fio. Também pouparia no tempo de cozedura com a carne. Fiz esta receita para mim e para a minha mãe. O almoço de Domingo foi só nosso :)



Fiz assim com estes ingredientes:


1 kg de costela de boi (cortada aos pedaços)


2 unidade(s) de cebola picada(s)


6 dente(s) de alho picado(s)


2 tablete(s) de caldo de carne


quanto baste de Óleo de soja (usei azeite)


800 gr de mandioca em pedaços grandes


quanto baste de cheiro-verde picado(s)


Tive que perguntar à Nana o que era cheiro verde. Eu não sabia! Afinal é salsa e cebolinho :)



Preparação:


Primeiro cozi a mandioca com uma pitada de sal durante 10 minutos na panela de pressão. Deixei arrefecer, retirei os fios e reservei.


Temperei a carne com alho e sal. Coloquei no fogão uma panela de pressão sem a tampa, o azeite e fui colocando aos poucos a carne para dourar. Fritei metade, reservei e depois fritei a outra metade. A carne deve ficar bem dourada, bem fritinha, mas não queimada. Isso é muito importante, que ela fique bem dourada por todos os lados. Depois disso, adicionei a cebola e o alho para dourar também, sempre mexendo. Coloque os dois cubos de caldo de carne (demasiado para nós que não estamos habituadas a usar caldos na comida, um cubinho é mais que suficiente). Pus água na panela de forma a cobrir a carne (não cobri a carne, pus menos água) e tapei a panela para cozinhar em pressão. Quando começou a chiar, deixei cozinhar por 20 minutos (40 minutos é demasiado tempo, eu não como carne de vaca dura e em 20 minutos esta ficou tenrinha). Cozida a carne, coloquei a mandioca em pedaços, para misturar dentro da panela. Dei uma mexida com a panela para misturar a vaca e a mandioca, retirei salpiquei a travessa com bastante cheiro verde picado.


Agora vou dizer-vos o que eu fui achando ao longo da preparação da vaca atolada. Quando a mandioca começou a cozer, veio um cheiro ao meu nariz que me encantou. Quando a mandioca está crua ela não cheira muito bem. Mas quando coze cheirou-me a algo muito parecido com castanhas. É um cheiro muito bom... abriu logo o apetite.


Como eu e a minha mãe nunca tinhamos provado mandioca, tratamos de experimentar logo que a retiramos cozida da panela. Só há uma palavra: maravilhoso. Eu e a minha mãe de volta da mandioca a comer assim mesmo. Como eramos as duas ao almoço, ainda sobrou para o jantar. Até o meu pai comeu e gostou ;) Bom sinal... Aconselho todos a fazer e a provar. A carne de vaca fica óptima e a mandioca com o cheiro-verde dão um toque super especial. Na foto dá para ver que eu levo tudo à letra. Quando diz que é bastante cheiro verde, eu coloquei mesmo bastante cheiro verde e ainda tinha um pratinho junto a mim para espalhar mais cheiro verde no meu prato. Gostei muito mesmo... gostamos todos! E agora vou passar a utilizar mais mandioca cá em casa ;)


Para quem ainda está reticente em aceitar participar deste intercâmbio, eu aconselho vivamente a aceitar e a fazer parte desta "cozinha". A sensação de cozinhar algo que não é típicamente nosso, é extraordinária e enriquecedora. Este intercâmbio aproximou-me mais da Nana e, creio que é uma experiência que permite desenvolver e fortalecer laços com pessoas que contactamos através da net. Atrevam-se :)
publicado por Ameixinha às 14:46 | link do post | comentar | ver comentários (41) | partilhar
Sábado, 28.06.08

Mais um bolo de banana!


Pois é... fiquei tão fã de doces com banana, que resolvi experimentar mais uma receitinha. As bananas que tinha cá em casa já estavam um bocadito desesperadas... Acho que quem espera para ser comido também desespera - sem segundos sentidos e sem misturar bananinhas ok? ;) - e aproveitei-as antes que entrassem em depressão por ninguém lhes ligar nenhuma. E finalmente comprei papel vegetal para forrar as formas e não ter que sujar as mãos de manteiga. Poupa-se em manteiga, àgua e em POC* ;) E gostei do resultado visual dos lados do bolo. Ficam as marcas do papel...
Retirei esta receita do livro "Boa mesa - Doces sabores"

Ingredientes:

3 bananas maduras

canela q.b.

150g de manteiga (usei óleo de soja)

1 chávena de açúcar (200g)

3 ovos

2 chávenas de farinha (350g de farinha + 50g de farelo)

1 colher (chá) de fermento em pó

1 colher (chá) de bicarbonato de sódio

3 colheres (sopa) de leite

Cobertura de Limão (não usei porque há quem não goste aqui em casa, mas eu acho que fica lindo e saboroso, podem ver aqui)

Açúcar em pó


Preparação:

Esmague as bananas e junte-lhes canela a gosto. Entretanto, derreta a manteiga no microondas, ou em banho-maria, e deite na taça da batedeira. Junte o açúcar, os ovos e o puré de banana. Bata à velocidade mais baixa, para ligar. Adicione a farinha e o fermento peneirados. Junte o farelo se usar. Dissolva o bicarbonato no leite e junte. Aumente para velocidade média e bata durante 2 minutos. Deite a massa numa forma sem buraco, forrada com papel vegetal. Leve ao forno a 180ºC até o bolo estar cozido. Desenforme e deixe arrefecer. Depois de frio barre com a cobertura de limão. Neste caso, usei açúcar em pó.

Realmente, para quem não gosta de comer bananas, estes bolinhos são uma boa forma de as ingerir.



POC - Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Ahhh pois é, passo a vida a lavar as mãos :)
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Sexta-feira, 27.06.08

Mimo!



A sempre querida Nana passou para mim este mimo que, no fundo, é um desafio. Acho estes mimos uma maneira agradável de dar a conhecer um bocadinho mais de mim.

Então agora devo descrever três coisas que me encantem :) Não é difícil de responder, a maioria das pessoas já sabe... Aqui vai:


Animais: fico encantada com todos os animais (excepto insectos e esses bichinhos rastejantes), derreto-me toda, abraço, beijo, partilho a minha comida com eles, lambidela daqui, lambidela dali... e sou feliz!


Plantas: surpreendo-me com a variedade de plantas que existem, com os cheiros e as propriedades que têm. Queria muito ter um jardim mas, até conseguir, vou plantando um canteiro aqui e um ali ;)


Livros: sou fascinada e quantos mais melhor. Tenho alguns autores favoritos mas leio de tudo um pouco. Desde romances, policiais, aventuras, etc. E a culinária é um tema que reserva uma parte da minha biblioteca.


Agora tenho que passar este mimo a três pessoas amigas:


Catarina - Pequenos sonhos


Amélia - Doces Temperos


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Quarta-feira, 25.06.08

Um animal, uma planta e comida... esta é a minha vida!

A minha vida resume-se em grande parte a estas paixões. Creio que nada me deixa tão feliz como plantar uma semente e nascer uma flor, abraçar um animal e receber dele uma fidelidade incondicional, e cozinhar.
Primeiro que tudo quero apresentar o mais recente membro desta família. Chama-se Matias e foi encontrado num terreno abandonado por trás de minha casa. Já não o deixamos lá... veio directo para o banho e para a desparatisação. É um gato feliz a azucrinar a cabeça de quem cá mora com tanto "miauuuu". A minha vida sem animais não faz sentido. Não fará nunca e, com eles, sinto-me a pessoa mais doce e carinhosa do mundo ;)
Segundo, apresento o meu girassol mais velho (parece que estou a falar de filhos eh eh) que me saiu gigante... já vai quase nos dois metros. Já ultrapassou o muro da minha casa e espero que ninguém o leve ao passar.
Terceiro, vamos à comidinha que se faz tarde. Confesso que nunca tinha experimentado massa recheada. Mas, depois de ver nalguns blogues a dita, resolvi comprar e arriscar. Esta é apenas recheada com queijo mas estou curiosa para experimentar as outras variedades. A minha cobaia ficou fã, não fosse ela maluquinha por queijo, e pediu para fazer mais vezes. Não segui nenhuma receita especial. Cozi a massa (tortellini). Fiz um refogado com alho, cebola e azeite q.b. Juntei uma cenoura ralada, 2 tomates maduros cortados aos quadrados, 4 fatias de paio cortadas e temperei só com pimenta branca. Não coloquei sal porque o paio já tem sal suficiente. Juntei um fio de vinho branco e deixei apurar. Nos pratos coloquei a massa com o refogado por cima e o queijo ralado (usei limiano). Levei a gratinar no microondas e polvilhei com cebolinho e azeitonas picadas. Simples e saboroso.
Espero que gostem do que está nas fotos :) E já agora peço que cliquem no ícone aqui ao lado da Luta Contra a Fome e no ícone lá mais em baixo (depois das fotos dos meus companheiros de lar) da Ajuda aos Animais. Façam como eu... a clicar clico em tudo para ajudar, porque um clique não custa nada e ajuda a salvar muitas vidas. Seja uma criança, um adulto, um animal ou uma árvore. A solidariedade também nos salva ;)
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Domingo, 22.06.08

Bacalhau à Brás

O meu pai sempre teve o vício dos livros e, há muitos anos, adquiriu o livro "Cozinha Tradicional Portuguesa" de Maria de Lourdes Modesto. Desde pequenina que sou incentivada a usá-lo porque, às vezes, a minha mãe dizia que não sabia o que fazer para o jantar ou que não sabia fazer certas coisas e, o meu pai dizia que só não fazíamos porque não queríamos. O livro estava na estante à nossa disposição, recheado de sabedoria culinária e de receitas deliciosas. É um bom manual e uma referância para quem quer conhecer e provar a gastronomia deste país "à beira mar afogado" ;)
Há algum tempo passei numa livraria para ver as novidades, e lá estava ele com a foto de capa simplesmente fabulosa, abri para ver o preço com uma certa curiosidade. Achei que seria mais barato, nunca pensei que custasse tanto dinheiro. Mas, realmente é uma das bíblias a ter numa cozinha. Agradeço ao meu pai pelo incentivo e pelo gosto dos livros.


Bacalhau à Brás

Esta é uma receita tipicamente Portuguesa, da região da Estremadura, mas que é feita muitas vezes cá em casa. É dos meus pratos favoritos e gosto de comê-lo neste tempo de calor. Acompanho com salada de alface ou tomate e há quem coma com arroz seco também.

Ingredientes:

400 g de bacalhau

3 colheres de sopa de azeite

500 g de batatas

6 ovos (usei apenas 3)

1 cebola

1 dente de alho (grande)

salsa (usei cebolinho)

sal

pimenta

óleo

azeitonas pretas



Preparação:

Demolha-se o bacalhau (ou compra-se já demolhado) retira-se-lhe a pele e as espinhas e desfia-se com as mãos. Cortam-se as batatas em palha (muito fininhas) e a cebola às rodelas finissimas. Pica-se o alho. Frita-se as batatas em óleo quente até alourarem ligeiramente. Escorre-se em papel absorvente. Entretanto leva-se ao lume um tacho com o azeite, a cebola e o alho e deixa-se refogar lentamente até cozer a cebola. Junta-se o bacalhau desfiado e mexe-se com uma colher de pau até o bacalhau ficar impregnado na gordura. Juntam-se as batatas ao bacalhau e com o tacho sobre o lume deitam-se os ovos ligeiramente batidos e temperados de sal e pimenta. Mexe-se com um garfo até os ovos ficarem envolvidos no bacalhau e cozidos. Retira-se do lume e deita-se numa travessa. Polvilha-se com salsa picada e serve-se bem quente, acompanhado com azeitonas pretas.

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Sexta-feira, 20.06.08

Olha a Sardinha assada!


A bela da sardinha. Que é que eu posso dizer? Que só como sardinhas se forem acompanhadas de pimentos assados e de broa ;) Sardinha sem pimentos, para mim, não é sardinha!
E é só temperar com sal e levar a assar na brasa. Lavam-se os pimentos e levam-se a assar também. Depois mergulham-se em água fria e tira-se a pele. Parte-se uma cebola aos gomos, põe-se por cima das sardinhas, junta-se o pimento cortado às tiras e rega-se com azeite. Acompanha-se com feijão verde e batata cozida. E temos esta preciosidade vinda do alto mar...
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Quinta-feira, 19.06.08

Campanha


A Nela e o seu cantinho enviou-me um alerta para uma campanha importante e que devemos ter em atenção. Hoje em dia, cada vez mais mulheres e homens padecem de condições que colocam em causa a nossa saúde e o nosso futuro. Este mimo que a Nela me passou tem o objectivo de conseguir que a mamografia digital seja gratuita. Eu sei o que é ter que fazer os exames e viver com a angústia de não ter dinheiro para usufruir de um melhor atendimento médico e de melhor qualidade de vida. Tornar o exame gratuito fará com que muitas pessoas se dirijam ao médico sem pensar duas vezes.
As regras são estas:


1. Tem de passar para sete pessoas, que se comprometerão em passar para outras sete;
2. Como todo selo, deverá ter um link para o Blog da pessoa que esta a receber;
3. Também deverá ter um link para o Blog da pessoa de quem foi recebido o selo;
4.O mais importante: ir ao site da Campanha da Mamografia Digital Gratuita e dar um CLIQUE.

Vou passar às seguintes meninas, mas espero que todas as pessoas que por cá passam adiram a esta causa. Um dia, poderá ser com qualquer um de nós.

Catarina - Pequenos sonhos
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publicado por Ameixinha às 23:50 | link do post | comentar | ver comentários (9) | partilhar

Desafio Intercâmbio Culinário Portugal Brasil


A minha queridissima amiga Nana do blog Manga com Pimenta fez-me, um dia destes sem eu esperar, a seguinte pergunta:


"Por que não fazer um desafio entre blogueiras amigas Brasil e Portugal?"
Com essa pergunta, convidou-me para participar de um desafio.
"Vamos montar um desafio? Você faz um prato típico do Brasil e eu um típico Português?" e aceitei de imediato. A Nana é tão querida que eu não tive como recusar. E, ainda por cima lembrou-se de mim e eu nem sei porquê. Mas adorei :)


Então, surgiram as regras, divulgação e um novo blog para postarmos as receitas feitas por cada uma que participará do desafio.
Para quem quiser visitar o site Intercâmbio Culinário Brasil e Portugal o link é este: http://intercambioculinario.blogspot.com/


Quem quiser participar, entre no blog informando qual será a sua dupla para determinarmos uma data.
Aqui vai a receita que eu escolhi:


Vaca Atolada


Ingredientes:

1 kg de costela de boi

2 unidade(s) de cebola picada(s)

6 dente(s) de alho picado(s)

2 tablete(s) de caldo de carne

quanto baste de Óleo de soja

800 gr de mandioca em pedaços grandes

quanto baste de cheiro-verde picado(s)


Modo de preparo:

Tempere a carne com alho e sal. Coloque no fogo, numa panela de pressão sem a tampa, o óleo e vá colocando aos poucos a carne para dourar. Se você achar que irá ficar muito cheia a panela, frite metade, reserve e depois frite a outra metade. A carne deve ficar bem dourada, bem fritinha, mas não deixe queimar. Isso é muito importante, que ela fique bem dourada por todos os lados. Depois disso, adicione a cebola e o alho para dar uma dourada, sempre mexendo. Coloque os dois cubos de caldo de carne. Ponha água na panela, cobrindo as carnes para cozinhar em pressão. Feche a panela de pressão. Quando começar a chiar, deixe cozinhar por 40 minutos. Cozida a carne, coloque a mandioca em pedaços, para cozinhar dentro da panela. Se precisar, coloque um pouco de água. Se a mandioca custar para cozinhar, jogue, sem medo, bastante água para dar um "susto" nela, que ela cozinha. O caldo da costela vai ficar um pouco mais grosso. Fique sempre perto para ver se não precisa de mais água para evitar grudar o fundo da panela. Na hora de servir pode ser adicionado à panela, bastante cheiro verde picado.
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Terça-feira, 17.06.08

Cocktail de frutas


Quando andava no 7º ano a minha professora de Inglês sugeriu um intercâmbio entre estudantes de outros países. Ou seja, tinhamos oportunidade de conhecer uma pessoa de outro país, de cultura diferente e de partilhar experiências através de cartas manuscritas, porque naquele tempo não havia outro meio - pareço uma cota a falar. Era uma boa estratégia de treinar a Língua - português ou inglês- e de estabelecer amizades numa fase tão importante como é a adolescência.

Naquele momento aquilo não me interessou minimamente, o que eu queria era brincar e já tinha amigos suficientes. Mas, passei muitos anos arrependida de o ter feito. Às vezes o "timing" é errado e quando quis um correspondente, não o tinha.

Porém, já depois de terminar a faculdade e através da net, conheci uma pessoa que vive no México... tão longe! Eu continuo a ser adepta de escrever e enviar cartas manuscritas, receber uma carta com um selo é muito mais bonito :)

Como somos de países diferentes, com gastronomia distinta pedi-lhe que me enviasse uma revista de culinária do México. A semana passada chegou a "encomenda" e tratei de escolher uma receita a pôr em prática. A revista é uma edição de luxo e tem "um toque de sabor mexicano". Portanto, tenho que agradecer ao Andrés pela disponibilidade e simpatia com que me enviou a revista: Gracias Mexicano! :)

Mais uma vez o meu "timing" foi errado e escolhi um Domingo chuvoso para preparar uma receita que sabe melhor no calorzinho. Mas o resultado foi tão bom que, mesmo a chover, comeu-se muito bem. E tem um aspecto muito agradável.

Fiz algumas modificações porque não tinha algumas das frutas em casa. Hei-de experimentar a receita original, até porque deve ficar com outra cor.

Ingredientes:

30 g de gelatina em pó

2 taças de água (não sei a medida que leva cada taça, usei a medida de 200 ml por cada taça)

300 g de açúcar (usei 280g)

1 maçã

1 pêra

1 goiaba (substituí por um pêssego)

250 g de uvas verdes sem pevides/sementes (não tinha e não substituí por nada)

1 banana

2 taças de natas (usei 2 pacotes de 200ml cada um)

1 taça de leite

Decoração:

morangos (ou framboesas ou fatias de fruta da nossa preferência)

Preparação:
Hidrate a gelatina com uma taça de água e reserve. Aqueça a água restante com o açúcar, quando ferver, junte a gelatina hidratada e mexa até dissolver. Retire e reserve. Descaroçe a maçã, e a pêra e retire as pevides da goiaba; corte-as em quadradinhos de tamanho igual ao das uvas e reserve. Triture a banana com a fruta cortada, as natas e o leite até obter uma mistura homogénea. Verta num recipiente (forma de pudim ou molde de alumínio com 2 l de capacidade) e leve ao frigorifico até solidificar. Deixei cerca de 20 horas no frigorífico. Para desenformar mergulhei a forma em água quente. Decorei com morangos cortados em fatias e uma folha de hortelã. Usei aquela forma pesada que eu mostrei aqui e ficou espectacular.

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Sábado, 14.06.08

Pataniscas de bacalhau com arroz de tomate


Hoje não venho desancar, descascar, injuriar, acusar, criticar nem dizer mal de ninguém. Não que não me apeteça ou que não mereçam, mas como dizia Vinicius: "Há um renovar-se de esperanças, Porque hoje é sábado."

Ahhh, Vinicius sabe que eu poderia continuar com a letra da canção e criticaria um monte de coisas... boas e más. Porque a critica deve, sobretudo, ser construtiva e retirar algo que possamos usar e transformar em algo positivo.

Criticando os tomates, ou a falta de quem os tem (e esta é uma expressão fortinha), faz-se um arrozinho solto a acompanhar a bela da patanisca (isto no Norte tem outro significado eh eh) e tem-se o jantar de sábado na mesa.

As pataniscas de bacalhau são um petisco típico de Portugal. Não há quem não as conheça e eu só venho apresentar a receitinha cá de casa, simples e saborosa.

O arroz é básico: refogado com alho, cebola picadinha, azeite q.b. Deitar àgua e o tomate maduro (usei apenas o sumo de tomate) a gosto e depois de ferver, juntar o arroz. Deixar apurar em lume brando até o arroz estar cozido.


Para as pataniscas:
1 posta de bacalhau demolhado
5 ovos
farinha q.b.
cebola q.b.
sal q.b
salsa q.b
limão q.b
leite q.b.

Primeiro pica-se a cebola e junta-se a salsa também picada. Depois partem-se os ovos, junta-se à cebola e salsa e bate-se bem. Vai-se juntando farinha aos poucos até ficar um polme espesso. No final junta-se o bacalhau esfiado (que esteve a marinar com um pouco de sumo de limão e leite) e uma pitadinha se sal. Leva-se a fritar em azeite quente ou óleo, se preferirem.
Termino com Vinicius: "E dando os trâmites por findos, Porque hoje é Sábado há a perspectiva de Domingo, Porque hoje É SÁBADO".
publicado por Ameixinha às 20:51 | link do post | comentar | ver comentários (27) | partilhar

mais sobre mim

a possuída moída

Sobrevivo numa selva de hipocrisia, burocracia e cegueira de quem não quer ver. Prefiro não me lembrar da crise de valores que vivemos, mesmo sendo quase impossível esquecer-me disso. Cozinho e como com prazer, mesmo que alguma culpa surja depois. Gosto de andar a pé sozinha, viajar de comboio com um livro na carteira, dizer "Bom dia" com convicção e a sorrir. Ajudar quem precisa é o que me permito fazer sem pensar duas vezes, embora haja muita gente mal-agradecida. Sou adepta da boa disposição, da humanidade e respeito nos serviços de saúde e educação, acredito na capacidade de generosidade e bondade das pessoas que me rodeiam. Entristece-me que, nem sempre, essas capacidades sejam canalizadas quando deveriam. Não gosto das vizinhas coscuvilheiras e de pessoas mal educadas, prepotentes e ocas. Os meus olhos transmitem tudo o resto de mim e são cor da canela. Amo a Fauna e a Flora. Adoro o Outono e as folhas que caem. Não vejo qualquer utilidade em peluches. E a única coisa que é afrodisíaca é o amor.

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