Por entre ria e serra!


No meio de tanta atrapalhação na minha vida, fui conhecer o Algarve, conhecer blogueiras que de outra forma não conheceria, provar a gastronomia local, conhecer locais lindíssimos. Sou privilegiada nas amizades, é isso que me dá um certo alento.

De tanto blog bom, começo a desconfiar que só fui convidada porque já sabiam que eu ia fazer o relato a versejar :) E olha pra mim muito incomodada com isso! he he

Não vamos insultar os verdadeiros poetas, eu apenas faço umas graçolas com as palavras... não obedeço a métrica nenhuma. É o que me dá na moleirinha e faço isto para me divertir e para divertir quem lê.

Os versos de hoje são especialmente dirigidos às pessoas que nos mostraram a terra onde vivem. De Olhão a Tavira, da Ria à Serra, convivemos pacificamente com a Fauna e a Flora da região e tenho a dizer que tudo é maravilhoso.

Ao Ricardo Badalo e ao Joaquim que nos deram a conhecer a Ria Formosa, ao Bruno Martins que é Director do Hotel Vila Galé Albacora e ao Chefe João Santos que tão bem nos recebeu no restaurante Salinas, ao Guia e Biólogo Samuel que nos levou por entre o Arraial Ferreira Neto e o Museu do Atum, aos Confrades José Manuel Alves, João Botelho e Felícia Sampaio, que nos trataram como confreiras, ao Sr. Coronel Rosa Pinto e à Clara que nos mostraram a flora tão própria do Barrocal, à D. Otília pelo fabuloso lanche, e ao restaurante O Costa em Cacelha Velha que tão bem nos alimentou :)



Na Sexta-feira foi assim:
Se eu descesse ao Algarve.
Então quem foi que as comeu?
Eu não fui, que não sou alarve!

Preciso é de café,
Mas a máquina não funcionava!
Ai que levas já um pontapé,
A Carlota leva tudo à pancada :)

Tomar o pequeno-almoço?!
Qué das Waffles bem quentinhas?
Para depois ir ter com o moço,
Ver a ria e apanhar conchinhas.


Ricardo e Joaquim
Conduziam as embarcações
A ria parecia não ter fim,
Ai as ondulações!

Tem calma Ameixinha,
Agarra-te ao assento.
Senão bates com a cabecinha
No motor e é um tormento.


Atracamos numa ilha
De polvos e cavalos marinhos falamos.
Uma pequena maravilha!
A RTP2 causou danos :)

A porto seguro chegadas
Seguimos para o Mercado de Olhão.
Cum canário tantas bancadas
De legumes, frutas, peixe, carne e pão.


A Pipoka e a Gasparzinha
Atiraram-se às favas
Fotografia mais fotografiazinha
Pela Helena eram tiradas.


Guardem lá o material,
Que temos que nos apressar.
Vamos esfomeadas para o Arraial,
No Salinas almoçar.

Mas primeiro a visita ao museu,
Para falar do atum e sua pesca.
Eis que o guia Samuel procedeu
À explicação de forma minestra.


Qual José Hermano Saraiva!
O homem sabia de tudo.
Do atum e da faina
Ficou tudo calado, tudo mudo.

Com confrades por companhia,
É um prazer estar a almoçar.
Também lá estava a directoria,
E o chef a explicar.

Primeiro as entradinhas,
O polvo com flor de laranjeira
Suou até às estopinhas,
Mas o crepe apanhou-o à maneira.


Porco preto e do atum a barriga
Enroladinhos, tão deliciosos
Cada uma de nós era formiga
A saborear pratos gulosos.


O vinho Barranco Longo Rosé
Estava bem fresquinho.
Acho que já não me consigo pôr de pé,
Que se lixe, mais um copinho!


De batata doce era a azevia,
E trazia café na gemada.
Tudo calado, tudo comia,
Nunca ninguém se queixava.

A bicha que é solitária,
Já estava bem alimentada.
A confreira muito solidária,
Viu a Pipoka com olhos de fada.

Era a mais nova do grupo
Claro que era, pois sim!
Pipokinha ficou com o ego ao rubro
O orgulho não tinha fim!

Ela está muito bem conservada,
Realmente não aparenta.
Eu também fui enganada!
Na realidade tenho 1 metro e 70 :)

Mais umas fotografias
Para a posteridade.
Percam lá as manias,
Vistam o capote do confrade.

Tá tudo de sapatilha calçada?
Pronto para deixar o Vila Galé Hotel?
Então vamos embora mulherada
Ter com o Senhor Coronel!


Descobrimos ervas aromáticas
Por entre a serra embrenhadas.
As plantas são fantásticas,
Até se protegem de ovelhas e cabras.

Se vejo um gafanhoto eu abro asas!
É bicho que não suporto.
Corro, grito e fujo sem deixar pegadas
Faço cenas mas não me importo.

O que era para ser surpresa,
Foi desvendado pelo Sr. Coronel.
Fomos ter a uma bela mesa
Com chás, bolo de cacau e bolo de mel.

A D. Otília é toda despachada.
Ela gosta é de pôr o pessoal a pensar
Deu-nos chá para provar à golada,
E tivemos que tentar adivinhar.

Depois disso lá fomos saciadas,
Levando na mão o caderno.
Apesar de estarmos cansadas,
Fomos ao Pêgo do Inferno.


Ameixa sobe,
sobe a calçada
Vai que não pode,
ai estou cansada.

Anda lá que já faltou mais,
Não fiques pra trás senão ficas sozinha.
Tenho que ir aos canaviais,
Só para dar uma mijinha?!

Vocês são loucas,
Sei que sou da aldeia.
Mas sou das poucas
Que não faz xixi na areia.

Chegadas ao hotel,
Aliviada a bexiga.
Vamos a mais um farnel
No Costa de frente à ria.

Mas ao fim da tardinha
Chega mais uma prá cowboiada
Dona Laranjinha,
Vamos lá à jantarada.

Venham de lá as conquilhas,
Junta-te a nós ó Badalo!
As ostras são para serem comidas
A cataplana vai no embalo.


Telefono eu para casa,
Entre ostras e arroz de lingueirão.
Digo que das gajas estou enjoada
Responde-me a mãe: Fosga-se, então!

Era muita gaja para um barqueiro,
Nós não nos calávamos.
Passou o jantar inteiro,
A rir e a desejar afogar-nos.

Risota para aqui, para ali,
Vamos terminar a noite num bar.
Está tudo fechado aqui,
O Badalo teve que abalar.

Cansou-se da gajada fenomenal,
Despediu-se com simpatia.
Diz que ia ver o segundo canal
Para a sua freguesia.

E nós lá fomos singelas
Dormir no nosso cantinho.
Amanhã é que são elas
Espera-nos o cafézinho :)

Aviso já que se me quiserem levar a tribunal, eu sou um caso perdido. Não se apoquentem que eu serei considerada inimputável e ficará tudo em águas de bacalhau.
Além do mais, isto não termina aqui. Esperem pelo fim e metam os processos todos juntos, ok?
Bom resto de fim de semana!
Eu volto em breve com mais uma parte do relato :)
publicado por Ameixinha às 23:50 | link do post | comentar | partilhar